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Sword Gai – The Animation | Crítica

Se você ouvisse os nomes Seiya e Shiryu em um anime, com certeza acharia que estamos falando do clássico Cavaleiros do Zodíaco. Bom, errou feio, errou rude! A pauta em questão é Sword Gai – The Animation, o quarto anime original Netflix de 2018, que estreou no dia 23 de março. Os 12 episódios da primeira parte foram dirigidos por Tomohiko Naka (New Initial D Movie) com a supervisão de Takahiro Ikezoe (Show By Rock!) e animados pelos estúdios LandQ Studios (Azure Striker Gunvolt), DLE (Thermae Romae) e Production I.G (Psycho-Pass, B: The Beginning). No dia 2 de abril, a segunda parte foi anunciada para o verão japonês de 2018, ou seja entre junho e setembro deste ano.  Os outros três animes originais Netflix (Devilman Cry baby, B: The Beggining e A.I.C.O. Incarnation) também ganharam suas críticas aqui na Vigília.

Não tem como o cara se chamar Seiya e não roubar o protagonismo.

Falando em segunda parte, Sword Gai é um anime que também pode ser dividido em duas partes nesse primeiro arco. A primeira, empolga, te prende, os episódios passam num piscar de olhos de tão bem preenchidos. Já na outra, temos tempo de tela demais de alguns personagens e histórias de vida que poderiam ser resumidas em flashbacks e que parecem fora de lugar, uma vez que quebram totalmente um ritmo que vinha fluindo muito bem.

Na trama, descobrimos que existe uma organização, a Shoshidai, que pesquisa e caça armas sagradas, que tem a capacidade de possuir o seu hospedeiro até o ponto do indivíduo virar a própria espada, lança, machado, etc…Porém, não é literalmente se transformar na arma, mas sim, um Busoma Completo, uma espécie de criatura sedenta por sangue e com uma armadura (todas feitas em computação gráfica, e com um visual bem legal). Aqueles que ainda não atingiram esse estado, conseguindo controlar os seus impulsos, são chamados de Crisálides, e atuam como membros da Shoshidai, no combate aos Busomas e na procura por essas armas místicas.

Gai e seu mentor Seiya.

Gai (que leva o nome do anime) trabalha para o ferreiro que o adotou, depois que a sua mãe se suicidou pouco depois de ter dado a luz. A criança foi encontrada segurando uma espada, que o acompanharia para o resto da vida (e vai acompanhar mesmo). Isso porque Shiryu (não o cavaleiro de Dragão), a tal espada, é mais um desses artefatos místicos. Em um ritual de purificação, para acalmar o espírito de Shiryu, algo dá errado e Gai acaba perdendo um braço. A solução foi derreter a espada e fazer um braço novinho para o garoto. Após isso, os dois ficam ainda mais interligados de alguma maneira.

Bom, já falamos do Shiryu. Mas cadê o Seiya? Pois bem, Seiya Ichijo é um Crisálides, e se torna uma espécie de mentor de Gai no decorrer da história. O cara tem umas argolas douradas como armas e um cabelão de metaleiro. É ele quem rouba a cena como protagonista, o que deixa todo mundo bem decepcionado, já que o verdadeiro “mocinho”, e que até o anime leva o seu nome no título é Gai, que tem um início muito bom, mas seu desenvolvimento é brochante. Nenhuma luta chega a um verdadeiro final, por vezes ele nem aparece nos episódios, e o máximo que ele faz é transformar o seu braço todas vezes que aparece um inimigo, mas não o utiliza efetivamente. Vamos torcer para que na segunda parte Gai tenha uma participação mais relevante e com uma Jornada do Herói decente.

Os Busomas Completas são as ameaças do anime

Ah…já que falamos dos mocinhos, temos que falar dos vilões. Bom, os “caras maus” só estão ali para fazer a história andar. No final, mas bem no finalzinho você enxerga algo que pode ser uma batalha épica, com todos aqueles que se tornaram antagonistas durante a série, mas toda essa expectativa vai ficar para uma próxima. Talvez assistindo os capítulos da primeira e da segunda parte juntos, realmente Sword Gai se torne um anime melhor desenvolvido e aproveitado.

Um ponto a se destacar de Sword Gai – The Animation, é a forma como as lendas das armas místicas são contadas. Com um traço diferenciado para esses momentos. É como se estivéssemos lendo um livro de fábulas. Espero que continuem com isso na próxima temporada. Já o traçado do anime regular é bem duro, sem movimento, com pouca vida. Lembra até algumas produções americanas.

As lendas são contadas com um traço diferente no anime.

Sword Gai é baseado no mangá escrito por Toshiki Inoue, com ilustrações dos personagens de Keita Amemiya e dos cenários por Wosamu Kine. Foi serializado na revista Shogakukan em 2012 e teve seis volumes. Existe uma sequência, intitulada Sword Gai Evolve, lançada em 2016. Então existe material de sobra para se adaptar.

Para finalizar, recomendo que assistam esse anime na versão dublada da Netflix. Nela, vocês poderão encontrar várias vozes conhecidas dos tempos áureos das produções japonesas aqui no Brasil, como Marcelo Campos (Yugi, Ed Elric, Mú de Áries, Shurato,Trunks), Letícia Quinto (Saori Kido, Kagome, Rakesh), Alfredo Rollo (Vegeta, Brock, Poseidon), entre outros. É nostalgia pura esse elenco.

 

One thought on “Sword Gai – The Animation | Crítica

  • Merecia umas 4 estrelas pelo entusiasmo da série. Como disse a crítica, o início é muito promissor, os episódios empolgam mesmo. Mas chegando nos últimos episódios alguns acontecimentos simpels de contar se enrolam demais… O que não é de todo mal, pq nos aprofundamos mais nos personagens. No mais o anime está ótimo! Minhas opiniões batem com o resto da crítica 🙂

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