Filmes

Sing Street: a surpresa musical

Gosta de música e Netflix? Guarda no coração aquela nostalgia dos anos 80? Então aperte o play e boa viagem. Sing Street, produção conjunta com a The Weinstein Company foi dirigida e escrita por John Carney, responsável por Apenas Uma Vez (Once) e Mesmo se nada der certo (Begin Again). Se estas credenciais ainda não são suficientes, Sing Street também é uma das surpresas entre os nomeados ao Globo de Ouro (categoria Melhor Filme Musical ou Comédia, em 2017).

Já deu pra ver que a produção tem o pé na música não é mesmo? E tem muita música. Sing Street conta a história de Conor (Ferdia Walsh-Peelo), um garoto que passa por um tumultuado processo de mudanças na vida, isso nos idos dos anos 80. Época em que Joy Division, A-Ha, The Cure e Duran Duran começavam a tomar conta das paradas musicais. Os pais estão com problemas financeiros e amorosos (entre eles o nosso conhecido Aidan Gillen, o Mindinho de Game Of Thrones) e Conor é obrigado a deixar sua boa escola em Dublin para uma escola pública gerida por padres um tanto quanto ultrapassados.

É neste cenário que Conor encara o bullying e a barra pesada de uma Dublin um tanto quanto cinzenta. Mas, influenciado pelo engraçado irmão mais velho Brendan (Jack Reynor) e por uma garota enigmática (Raphina, interpretada por Lucy Boynton) que mora em frente a nova escola – e oscila sua idade de acordo com a maquiagem -, ele decide que precisa montar uma banda. O problema é que ele não toca e nem canta. Mas os impulsos parecem ser mais fortes que os obstáculos (principalmente para impressionar a garota), e ele reúne alguns improváveis amigos e cria a Sing Street, trocadilho (bandas adoram isso) com o nome do Colégio Syng Street.

    Sing Street, sacou?

Com a promessa de que a menina, que se diz modelo, vai participar de um videoclipe, Conor e seus amigos trabalham na música e começam a tomar gosto pela coisa. As letras das músicas vão se intensificando de acordo com o crescimento dos processos e desafios de sua vida. Por isso, as letras espelham o que acontece dentro da família, escola e no interesse amoroso de Conor. Desajeitado, ele passa a mudar seu estilo, sempre impactado por alguma banda (entre eles o próprio Duran Duran, David Bowie, Robert Smith, etc…) e aparentemente nem sempre isso joga a seu favor. Da mesma forma, a banda parece emular tudo de melhor da música oitentista.

Volta por cima com a música

Como nos filmes anteriores, John Carney sabe como ninguém levar a trama com música. E aqui temos ótimas surpresas, passando por Tears For Fears, Adam Levine e o lendário Motörhead (além das demais bandas já citadas).

 

 Gravações de clipes: anos 80 + comédia

Mas o entrelaçamento dos personagens aprendendo as músicas, as composições e as barreiras impostas pela vida culminam em objetivos que podem não se encaixar. Raphina tem um namorado (bem mais velho), mora numa espécie de orfanato, e começa a se apaixonar por Conor. Afinal é ela quem inspira suas músicas e sempre assume papeis nos videoclipes. Em casa, as coisas começam a complicar, pois seus irmãos já estão entendendo que além dos problemas financeiros, sua mãe tem outro homem. Pode piorar pra Conor? Pode sim, tem mais bullying na escola e Raphina foge para Londres para levar uma vida como modelo.

 Alguém aí falou The Cure?

A saída é a música. E aqui ninguém segura a criatividade de Conor e seu guitarrista Eamon (Mark McKena). Os clipes, a inspiração e a vontade da banda crescem. E surge a oportunidade de tocar na festa de fim de ano da escola. Mas isso não é nada. Conor quer crescer e viver de música. Dublin não é o local. E a volta por cima vem com tudo, com uma oscilante apresentação (o final nos traz quase um show inteiro da banda), mas com vontade e atitude. A Sing Street mostra em que lado estão as botas desta vez. E o troco é dado em todas as esferas: família, escola e amor.

Sing Street pode não ser a maior das produções, mas é divertido e tem uma trilha sonora espetacular. E o melhor, está disponível na Netflix.

Ah, e olha só a trilha sonora oficial (com destaque para as músicas da própria Sing Street, que vão grudar na sua cabeça):

Música/Artista

Yellow pearl / Phil Lynott

Up / Sing Street

Town called malice/ The Jam: executante

To find you / Sing Street

The riddle of the model / Sing Street

Steppin’ out / Joe Jackson

Rock n roll is a risk (dialogue) / Jack Reynor

Rio / Duran Duran

Paperlate / Genesis

Inbetween days / The Cure

I fought the law / The Clash

Gold / Spandau Ballet

Girls / Sing Street

Ghost of a chance / The Blades

Brown shoes / Sing Street

A beautiful sea / Sing Street  

Drive it like you stole it/ Sing Street

Go now / Adam Levine

Stay clean / Motörhead

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *