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Seis Punhos é sangue e diversão com uma mistura cultural | Crítica

Caso você seja da geração Sessão da Tarde, assim como eu, provavelmente já deve ter assistido aquele filme com Kurt Russel, Os Aventureiros no Bairro Perdido, no qual ele é um caminhoneiro que sai na porrada com um mago em Chinatown, não é mesmo? Pois é, Seis Punhos (Seis Manos no original), novo anime da Netflix traz um pouco essa pegada, ao misturar o misticismo oriental com uma cultura ocidental, no caso aqui a Mexicana.

Silêncio, Jesus e Isabella: juntos eles formam Os Seis Punhos

Para entender um pouco melhor a nossa analogia, vamos à história. Seis Punhos acompanha um trio de jovens artistas marciais que ao lado de um ex-agente afroamericano, que perdeu seu cargo por causa do racismo do chefe e uma policial local, caçam um rei do tráfico, chamado El Balde. Esse vilão está matando muitos inocentes para ascender sua carreira no tráfico de drogas, utilizando desde crianças, religiosos e até uma “ajudinha” sobrenatural.

Americanos e mexicanos lado a lado para enfrentar o mal

A trama toda se passa em uma cidadezinha Mexicana, que aparentemente é tranquila. Tanto que uma das poucas policiais do local chega a ficar empolgada quando precisa perseguir um ladrão de pêssegos. O trio principal, que vive em um templo isolado da tal cidade, é formado por três órfãos: Silêncio (que tem esse nome em função de ter a língua arrancada quando criança), Jesus e Isabela. Junto do mestre Chiu, eles treinam dia e noite, principalmente para corrigir problemas de personalidade (Silêncio é impulsivo, Jesus alcoólatra e Isabela precisa lidar com o fato de seu mestre não ser quem ela achava que era). Paralelo a isso, o mafioso El Balde (dublado por Danny Trejo, nosso eterno Machete), arquiteta um plano de dominação da cidade, e para isso, conta com o auxílio de uma santa macabra (Santa Nucifera), que dá poderes monstruosas a quem consumir o seu sangue. 

Danny Trejo na versão desenho animado

Sim, a história de Seis Punhos é bem louca, mas concisa em seus oito episódios. Contudo, você terá que dar uma insistida, já que ele não empolga logo de cara, talvez por deixar mais para frente o desenvolvimento de seus personagens e seus traumas. O miolo da trama é a melhor parte, enquanto que no final, temos o acréscimo de mais um vilão, que talvez fosse melhor aproveitado em uma segunda temporada. 

Sangue é o que não falta em Seis Punhos

No final das contas Seis Punhos é uma história divertida (e por vezes sanguinolenta) de artes marciais, mesclando bem a mitologia mexicana com a chinesa, abordando questões bem humanas, como o preconceito, decepções e conflitos interiores. Em relação a arte (e aos traços), ela é um pouco diferente do que estamos acostumados a ver em um anime, isso porque não é uma animação totalmente japonesa e sim mesclada com a ocidental, do mesmo estúdio de Castlevania. Porém, não estraga a mística que foi estabelecida no enredo, que possui bonitos cenários e personagens com características marcantes, mesmo não sendo caricatos.

Veredito da Vigilia

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