Remakes nos animes são melhores do que os originais?
Remakes são melhores que os originais? Melhor ser mais específico, não é mesmo? Remakes de animes, são melhores que os originais? Se você acompanha animes há mais tempo, deve perceber que temos várias séries com mais de uma mesma versão. Isso acontece porque a produção de animes no Japão, principalmente os feitos nas décadas de 80, 90 e primeira década dos anos 2000, iniciava pouco tempo depois do mangá começar a fazer sucesso nas bancas. Com os capítulos da obra original sendo lançados semanalmente, em um curto período de tempo, tanto mangá, quanto anime, chegavam no mesmo ponto da história. Para dar uma certa vantagem à obra original, a série televisiva era obrigada a criar fillers, os famosos enchedores de linguiça.
Mesmo assim, muitos animes acabaram encerrando antes mesmo do mangá ser concluído. Isso explica tantos remakes, que resolveram, anos depois, seguir à risca o que o autor original pensou para aquela trama. Há ainda alguns casos de apenas atualizar enredos, ou, até mesmo, para celebrar alguma data comemorativa. Foi pensando em tudo isso que a Vigília Nerd criou uma lista especial para você.
Fullmetal Alchemist Brotherhood (2009 – 64 episódios + Quatro OVAs)
Começamos por um clássico, já que sua nova versão pegou uma mesma geração. Fullmetal Alchemist Brotherhood foi lançado apenas seis anos depois do primeiro anime, fazendo a mesma leva de fãs se dividirem na preferência das duas produções. Em Brotherhood, temos mais personagens, chegando a ter um novo núcleo inteiro, e também mais participação dos outros homúnculos, que anteriormente se concentravam muito no trio Luxúria, Gula e Inveja. Claro, o final aqui também é totalmente diferente e mais otimista.
Sailor Moon Crystal (2014 – Três temporadas + Dois filmes)
Sailor Moon é o caso do mangá e anime iniciarem e terminarem praticamente juntos, com muitas ideias surgindo de um para o outro. Isso fez com que tivéssemos muitos fillers na série clássica dos anos 90. Porém, isso agradou o público, já que as outras sailors tiveram mais tempo de tela para serem desenvolvidas. Na versão atual, que recentemente teve dois filmes estreando na Netflix (relembre nossa crítica), temos uma versão fiel do mangá criado por Naoko Takeuchi, dando mais dinamismo à história e toda a sua mitologia.
Dragon Quest (2020 – Em andamento)
Fly, o Pequeno Guerreiro, como o anime Dragon Quest ficou conhecido por aqui, foi inspirado em um jogo de videogame, no estilo RPG. Em 2020, a série ganhou uma repaginada, mesclando animação 2D com 3D, dando mais capricho aos personagens. Outro trunfo do remake é continuar a história, que ficou sem uma resolução depois da luta contra Baran.
HunterXHunter (2011 – Sete Temporadas + Dois Filmes)
Ai, ai…não dá nem pra culpar os produtores das duas versões de HunterXHunter (A Nippon Animation e a Madhouse), já que o mangá, criado por Yoshihiro Togashi em 1998, sofre tantos hiatos, que ele mesmo bate o seu próprio recorde. Então talvez só em uma terceira tentativa de animação veremos como termina a história de Gon, Killua, Kurapika e Leorio. Mesmo assim, a série de 2011 entrega mais arcos do que a de 1999, dando um gostinho a mais para os fãs dessa excelente obra.
Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco (2019 – Duas Temporadas)
A animação em CGI da Netflix conseguiu ser mais fiel ao mangá criado por Masami Kurumada do que o anime da Toei Animation, de 1986, que tem tantos fillers, que chegou a criar uma saga inteira (a de Asgard). Porém, as adições, tentando atrair um público mais jovem para a série, estragaram o potencial que esse remake poderia ter. Caso queira conferir a nossa opinião sobre Os Cavaleiros do Zodíaco 2.0, basta ler as nossas críticas da primeira e da segunda parte do anime.
Shamam King (2021 – Em andamento)
Mais um caso de um remake que irá abordar a história fiel ao mangá. Quando a primeira versão foi animada, em 2001, o mangá de Hiroyuki Takei estava em andamento. Porém, a animação terminou logo em 2002, enquanto que a obra original só viria a encerrar em 2004. Sem falar nos spin-offs publicados anos depois, com o último iniciando em 2012. Material não vai faltar para o novo anime, que estreia em agosto na Netflix.
Rebuild of Evangelion (2007 – Quatro Filmes)
Falar de Rebuild of Evangelion é complicado, já que há teorias de que não se trata de um reboot, mas sim, uma continuação do mangá, que por sua vez é uma continuação do anime de 1995. Por mais que o primeiro dos quatro filmes, Evangelion 1.0: You Are (Not) Alone, de 2007, pareça um resumo dos episódios iniciais do anime dos anos 90, é só no segundo, 2.0: You Can (Not) Advance, de 2009, que vemos uma mudança significativa nos acontecimentos e de como a história está tomando rumos totalmente diferentes. O último filme de Rebuild of Evangelion estreia em Agosto no Amazon Prime Video.
Berserk (2012 – Três filmes + Duas Temporadas)
Infelizmente Berserk nunca terá o final desejado por Kentaro Miura, já que ele nos deixou, prematuramente, aos 54 anos, em 2021. Mesmo assim, tivemos duas adaptações de sua obra. A primeira contou com 25 episódios, lançados em 1997 abordando o arco da Era de Ouro. A segunda, uma trilogia de filmes, abordando o mesmo arco, foi mais fiel ao mangá e serviu de preparação para as duas temporadas da série, de 2016, retratando pela primeira vez um material inédito na TV. Mas a recepção foi negativa devido a péssima animação, o que provavelmente foi o motivo de não termos uma continuação até hoje.
Fruits Basket (2019 – Três temporadas)
Pelo fato do mangá de Fruits Basket ter durado de 1998 a 2006, a única temporada do anime de 2001 não cobriu boa parte da história. Isso faz com que seu remake tenha a oportunidade de se redimir, animando tudo o que a mente de Natsuki Takaya havia planejado. Sem falar nos vários personagens que não apareceram anteriormente e aqui ganham vez e voz.
Digimon Adventure: (2020 – Em andamento)
Em abril de 2020 tivemos a estreia de Digimon Adventure: um reboot da série de 1999. Na nova versão, temos uma história atualizada, com mais digievoluções e perigos a serem combatidos pelos digiescolhidos da primeira geração, que são os preferidos do público até hoje. Prova disso são os recentes seis filmes de Digimon Tri, que apresenta o mesmo grupo, porém com todos crescidos. Mesmo com outras formações, a Toei resolveu continuar investindo nesse time de personagens. Você pode conferir as nossas primeiras impressões de Digimon Adventure: clicando aqui.
Captain Tsubasa (2018 – 52 episódios)
Captain Tsubasa (ou Super Campeões, como a gente conheceu no Brasil), baseado na série de mangás criado por Yoichi Takahashi, possui vários remakes. Isso se dá ao fato de possuirmos suas inúmeras continuações nos quadrinhos, como a de 2002, feita para homenagear a Copa do Mundo daquele ano, que teve o Japão como uma das sedes. O remake de 2018 engloba as primeiras aventuras de Oliver Tsubasa, cobrindo mais os seus campeonatos escolares do que a sua vida adulta e de jogador profissional.
Devilman: Crybaby
A série da Netflix, Devilman: Crybaby é um reboot de Devilman, de 1972 e um remake The Birth, de 1987 e The Demon Bird, de 1990. Todas essas produções foram baseadas no mangá criado por Go Nagai, em 1972. Com direção de Masaaki Yuasa, o anime de 2018 possui uma animação propositalmente estranha, trazendo uma reflexão sobre mocinhos e vilões precisarem utilizar as forças do Mal para ganharem os seus poderes. Relembre aqui nossa crítica completa.
Bom, poderíamos ficar aqui para sempre listando os inúmeros remakes que existem, como Dororo, Hellsing, Blade: A Lâmina do Imortal, Astro Boy, Cyborg 009, etc. Mas tentamos colocar alguns dos mais conhecidos do público em geral. Caso você lembre de mais algum, deixe aí nos nossos comentários.
Ah! Não esqueça de comentar se você prefere o remake ou o anime original. A Vigília não para!