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Rampage: Destruição Total | Crítica

Todo ano a gente já sabe, tem seguidos encontros com Dwayne “The Rock” Johnson no cinema. Às vezes três, quatro vezes. Mas nunca menos que duas. E o gigante performático está de volta com Rampage: Destruição Total, menos de três meses depois de Jumanji: Bem-vindo à Selva. Na pauta, algumas semelhanças com o sucesso de bilheteria de janeiro. Temos novamente alguns animais em tela. A diferença? Agora eles são gigantescos. E claro, não dá pra esquecer que Rampage: Destruição Total é uma adaptação livre do game clássico do final dos anos 80, criado para arcades como Mega Drive e Master System. Nele, você comanda animais gigantes com o objetivo de destruir cidades inteiras. Ou seja, com todas essas informações, desde o momento em que comprar os ingressos do cinema você já sabe que deve desligar a chave da seriedade ao sentar na poltrona. Recapitulando: The Rock, videogame e monstros gigantes destruindo cidades. Fala sério, você já está salivando não é mesmo?

Davis Okoye (The Rock) e seu melhor amigo, o gorila albino George.

Pois é. Assim fica tudo mais fácil. Rampage é o filme que não engana ninguém e cumpre seu papel de entretenimento. Mas, nem por isso garante um deleite tão interessante quanto foi em Jumanji. De fato temos um blockbuster com todos seus ingredientes, com pouca ou nenhuma vergonha de soar canastrão. Aliás, se você for assistir, desligue não só a chave da seriedade, mas também a dos filtros de “canastrice”. A vergonha na cara passou longe por aqui. Mas calma, não chegamos num nível de Sharknado.

Naomi Harris sai do oscarizado Moonlight para o farofão de Rampage.

No roteiro (sim, tem roteiro gente), o primatólogo Davis Okoye (The Rock) prefere ficar longe das pessoas, trocando humanos pelos animais que ele ajuda cuidar no Zoológico de San Diego. Principalmente um gorila albino chamado George. O que ele não esperava é que um experimento feito no espaço (para preservar o planeta Terra de possíveis desastres) fosse chegar até o seu melhor amigo. E esse experimento vai transformar o amável gorila em uma fera incontrolável e gigante. Assim como ele, o experimento que cai do espaço também atinge um lobo e um jacaré. Está criado o conflito, de forma nada tão surpreendente ou original. O que na verdade surpreende, é que já nas primeiras cenas, quando vemos os motivos do acidente, temos algumas sugestões bem fortes do que os animais podem fazer, além da formação do caráter dos vilões. Até parece que estamos em um outro filme.

Jeffrey Dean Morgan em seu clássico papel.

Rampage: Destruição Total é dirigido por Brad Peyton, que já fez parceria com The Rock em Terremoto: A Falha de San Andreas. E junto do astro, ele contou com Jeffrey Dean Morgan (o nosso Negan, de The Walking Dead) que traz toda sua canastrice (desculpa a repetição, mas não tem palavra melhor) para um chefe do FBI metido a cowboy chamado Harvey Russel, Naomi Harris (de Moonlight) como a cientista Kate Caldwell, Malin Akerman (de Watchmen) como a vilã (também canastrona) Claire Wyden, e seu irmão, que deveria ser uma espécie de alívio cômico (que não funciona) Jake Lacy, como Brett Wyden, e Joe Manganiello (Liga da Justiça) numa ponta como o “caçador” Burke. Um elenco que até cumpre sua função, mas com destaques pra lá de negativos para os vilões, que alcançam o auge do clichê.

George cresceu e não vai deixar barato para nossa vilã.

O ponto forte é que o diretor não poupa nas cenas de ação e o ritmo do filme não compromete. Por outro lado, ao decorrer do tempo, vamos tendo cada vez mais ‘frias’ no processo de luta contra os seres gigantes, culminando em momentos que vão arrancar risos da plateia (aquela risadinha marota). E claro, a esperança do mundo está nas mãos de Davis Okoye, que depois de um tempo, saberemos que tem um passado importante e que pode justificar que ele corra atrás de três monstros gigantes com um lançador de bombas. Nada brilhante, mas o suficiente para ninguém se perguntar o porquê ele correria para o olho do furacão e saiba pilotar helicópteros (foi melhor do que O Estrangeiro). Enfim, não vamos exigir muito aqui também né?

Monstros gigantes, o motivo de existir cinema no mundo.

E no final das contas, Rampage entrega aquilo que se propõe. Monstros gigantes destruindo a cidade, tocando o terror, causando muitos estragos, que só são possíveis de parar se você tiver The Rock no filme. E claro, os momentos heróicos e engraçadinhos com o astro, que a certa altura parece até narrar o filme. Basicamente, farofa do início ao fim. Mas você pode gostar, não está proibido.

Veredito da Vigilia

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