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Projeto Livro Azul | Crítica da 1ª temporada

Saudades de tramas de conspiração envolvendo governo, cientistas e crentes em vida em outros planetas? Então essa pode ser a forma de suprir a falta de uma das mais aclamadas séries já lançadas… Sim, porque Projeto Livro Azul (Project Blue Book, History Channel, 2019) lembra em muito a clássica Arquivo X (1993-2018). E só por isso, já é um grande atrativo, não é mesmo?

Além do tema que aborda as “visitas de seres de outros planetas”, temos aqui uma dupla – talvez não tão afiada quanto Mulder (David Duchovny) e Scully (Gillian Anderson) – mas que segue a linha de perfis opostos: um reticente e sisudo, outro muito entusiasta. E claro, essas qualidades se completam para solucionar os “casos da semana”.

Em Projeto Livro Azul, temos o Capitão Michael Quinn (Michael Malarkey de Vampire Diaries), que como todo bom militar cumpre as ordens dos seus superiores. Treinado nas melhores técnicas de combate, ele deve observar e cuidar do trabalho do Dr. J. Allen Hynek, vivido pelo nosso Mindinho de Game Of Thrones, Aidan Gillen, que é recrutado pelo Projeto Livro Azul do governo americano para colocar uma luz científica nos acontecimentos ufológicos que começam a aparecer com cada vez mais frequência no interior dos Estados Unidos.

A sua tarefa é desacreditar qualquer ocorrência de possíveis Objetos Voadores Não Identificados vindos de outros planetas ou lugares, amparando na ciência a explicação lógica dos fatos, como se fossem fatos não tão exóticos. E isso ocorre até certa parte da temporada, onde vemos uma trama de espionagem que envolve a mulher de Hynek (Laura Mennel) e infiltrados russos. Os arcos, inclusive não se encerram nesses primeiros episódios, que têm produção do mestre Robert Zemeckis (trilogia De Volta Para o Futuro, Forrest Gump), deixando um gancho para uma segunda parte.

Aidan Gillen é um dos protagonistas de Projeto Livro Azul

O interessante e o que realmente promove uma certa mística em Projeto Livro Azul é o fato de que todas as histórias vistas na série são baseadas nos livros de Hynek, como: The UFO Experience, de 1972, e The Hynek UFO Report de 1977. E isso mostra que o canal History Channel segue nas produções de séries baseadas em história reais, assim como fez no sucesso de Vikings ou na nem tão aclamada assim, Knightfall.

A produção tem efeitos especiais competentes, mas muitas vezes um roteiro bagunçado. Alguns fatos, por exemplo, são esquecidos de um episódio para o outro, e o próprio conhecimento adquirido pelo Dr. Hynek é deixado de lado nos próximos casos, o que não acontece na sub-trama de espionagem russa, que é até bem coerente. A caracterização de época é ótima, mas mesmo tudo isso reunido em um bom produto acaba não deixando o sentimento de conspiração que a série promete ou que dá a entender.

Veredito da Vigilia

Éderson Nunes

@elnunes

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