CríticaFilmes

“Pixinguinha, Um Homem Carinhoso” foca na vida pessoal do ícone da MPB

Pixinguinha foi um ícone da música brasileira. Compositor e músico, ele marcou a história com clássicos como “Carinhoso”. Mas, nem muitos conhecem a vida privada do instrumentista. Em Pixinguinha, Um Homem Carinhoso, somos convidados a entrar no mundo do músico e descobrir mais nuances da sua personalidade.

Seu Jorge, que também está em cartaz em Marighella, filme dirigido por Wagner Moura, é quem dá vida à Alfredo da Rocha Vianna Junior (1897-1973), conhecido popularmente como Pixinguinha. O pai da MPB era um homem a frente do seu tempo, que mudou a música brasileira, ao lado de sua companheira Beti, vivida por Taís Araújo.

A química entre Seu Jorge e Taís Araújo funciona bem. Ela, uma mulher que deixou a carreira de lado depois de casar e ele, um homem boêmio, mas que amava a esposa e a respeitava. Passaram por muitos perrengues juntos, mas viveram mais de 40 anos de união.

Com texto de Manuela Dias (Amor de Mãe) e direção de Denise Saraceni, o filme tem um quê de novela, mas isso não é uma crítica pejorativa. Parece ser uma boa obra para passar na televisão aberta e o estilo pode agradar ao público que está acostumando a assistir folhetins.

Pixinguinha, um homem carinhoso mostra a trajetória de um garoto negro de classe média baixa que através da sua arte conseguiu brilhar e ficar conhecido mundialmente. Em uma vida de altos e baixos, ascensões e decadências, a obra e a vida de Pixinguinha são muito interessantes.

Seu Jorge e Taís Araújo formam uma boa dupla em Pixinguinha
Seu Jorge e Taís Araújo formam uma boa dupla em Pixinguinha

O filme está mais focado em mostrar a vida pessoal do músico do que sua carreira musical de fato. A escolha narrativa deixou a música em segundo plano e os conflitos pessoais em primeiro. Talvez aquele que quiser entender mais sobre MPB pode se frustrar. Mas, a escolha precisava ser feita e a humanização do personagem pode até cativar muitas pessoas. Contudo, o filme é o que costumamos chamar de “Chapa Branca“. Os defeitos e as falhas de caráter de Pixinguinha foram varridos para debaixo do tapete no roteiro.

A primeira incursão de Saraceni nos cinemas se dá em um filme engessado, que, mesmo com cerca de uma hora e meia de duração, tem uma barriga grande no meio. Nada emociona verdadeiramente. É uma história um tanto quanto superficial, que não comunica com o público.

Como recurso, o filme utilizou imagens reais, como fotos e vídeos de Pixiguinha, sua banda e sua família. Foi uma jogada interessante. O que não agrada tanto é o recurso da narração, alternada entre Seu Jorge e Taís Araújo. Apesar de ser uma característica de Manuela Dias, pode deixar tudo muito didático.

Mas, no geral, Pixinguinha, um homem carinhoso, é um bom filme. É interessante para conhecer um pouco mais por trás do homem que criou tantos hits no Brasil.

O filme sobre Pixinguinha estreia dia 11 de novembro e tem no elenco Dan Ferreira (Pixinguinha jovem), Milton Gonçalves (Alfredo Vianna), Agatha Moreira (Gabi), Klebber Toledo (Arnaldo Guinle) e Tuca Andrada (Almirante).

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *