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Papillon, o remake de um clássico | Crítica

Um clássico da sétima arte ganhou um remake de respeito. Estou falando do também clássico literário Papillon – O Homem que Fugiu do Inferno, de Henri Charrière. A história de um homem condenado injustamente e levado à prisão da França para a Guiana Francesa, mudando para sempre a sua vida. E lá, tudo o que parece ruim, vai piorando gradativamente, até seu quase total exílio na Ilha do Diabo. O filme que estreia no dia 4 de outubro em todo o Brasil tem no elenco Rami Malek (Mr. Robot), como o amigo Louis Dega, e Charlie Hunnam (Rei Arthur A Lenda da Espada) – no que pode vir a ser seu melhor filme até agora – como o personagem principal. A direção é de Michael Noer.

Os mais iniciados logo vão lembrar que Papillon teve sua primeira versão cinematográfica em 1973, estrelada por Steve McQueen e Dustin Hoffman, com direção de Franklin J. Schafner (O Planeta dos Macacos, 1968), que também é um filmão e vale reassistir (ou assistir pela primeira vez mesmo). A principal diferença certamente será no ritmo e no tempo de duração. Papillon tem cerca de 15 minutos a menos do que o seu antecessor, totalizando 2h13. Mas isso não chega a ser um problema, pois mesmo com um tempo elevado, a obra flui sem cansar.

Para sobreviver na temida prisão e exílio, Henri “Papillon” Charrière faz uma aliança com outro condenado. Primeiro para ganhar dinheiro e ter poder de barganha com os outros detentos, e segundo, para que essa barganha possa se transformar em sua esperança de voltar a ter uma vida normal, onde ficaram sua família, e principalmente a namorada. Ex-integrante da Marinha, ele entende bem o funcionamento de uma prisão. Principalmente quando o cartão de visitas é a decapitação de outro colega que não respeitou as regras logo após sair do navio que fez uma terrível viagem da França para a Guiana Francesa. A prisão no continente americano era realmente um inferno na terra, onde doenças rondavam, falta de higiene imperava e trabalhos pra lá de forçados eram a rotina. Faltou alguma coisa? Ah sim, faltou comida, literalmente.

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O interessante é que Michael Noer vai costurando a história de modo que aos poucos o público vá se importando com a dupla, e principalmente com Papi (ou Papillon). Charlie Hunnam como poucas vezes convence muito bem como o resiliente, e até ético, prisioneiro. Mesmo que a esperança seja sempre menor, ele mantém a chama acesa, sempre focado, mesmo na solitária de onde quase ninguém sobrevive. E acredite, mesmo quando a situação estiver ruim, ela sempre pode piorar.

O que fascina ainda mais em toda a história é saber que de alguma forma ela aconteceu. Mesmo que não tenha sido exatamente daquele jeito e alguma coisa tenha sido dramatizada, já é o suficiente para nos fazer pensar no que o ser humano é capaz em situações extremas. E tudo fica ainda mais impactante com as imagens reais que chegam ao final do filme. Papillon vale cada segundo. Seja o original ou o remake, a sessão será marcante.

A Vigília Recomenda!

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