Pai em Dose Dupla 2 chega no espírito de Natal | Crítica
Está aberta a temporada de filmes natalinos. E um dos primeiros a chegar é Pai em Dose Dupla 2, continuação da comédia com Will Ferrell e Mark Wahlberg de 2016, que amplia ainda mais os problemas da família que, dividida, acaba ficando ainda maior. E tudo por culpa do Natal e a disputa de quem tem o melhor relacionamento com seus pais ou filhos. Enfim, a fórmula da comédia para adultos e crianças como se vê tradicionalmente. O filme estreia no dia 23 de novembro e traz em seu elenco John Lithgow e um quase desaparecido Mel Gibson, além de Linda Cardelini (Freaks And Geeks e Vingadores: A Era de Ultron) e a brasileira e gaúcha de Erechim, Alessandra Ambrosio.
Para aterrissar em Pai em Dose Dupla 2, não é preciso ter assistido ao primeiro, necessariamente. Ninguém vai ficar perdido na trama, embora algumas piadas funcionem a partir do passado e do mundo criado anteriormente. É Natal e as famílias de Wahlberg (Dusty) e Ferrell (Brad) resolvem que o melhor a fazer é juntar todos em uma só celebração no dia 25. Isso porque em todas as datas importantes eles acabam repetindo presentes e situações para os filhos que ficam indo e vindo de uma casa para outra. A decisão também é motivada pelo emocionante relato da pequena Megan em uma apresentação na escola. Com o cenário todo armado, as diferenças, que já são óbvias pelos diferentes perfis de pais, serão alimentadas pelas emoções que estão sendo “represadas” por Brad e Dusty. Pode piorar? Sim, porque os vovôs Don (Lithgow) e Kurt (Gibson) vão possibilitar ainda mais confusões.
Pai em Dose Dupla 2 é o típico filme que todos já sabem o que vai acontecer, mas nem por isso fica chato de assistir. As piadas não são apelativas e o humor sequer precisa de censura. É programa para a família toda. Obviamente, por tudo que o cerca, Ferrell acaba sempre se ferrando e tendo as melhores cenas. Isso não quer dizer que o acréscimo dos veteranos Mel Gibson e John Lithgow fique para trás. Você vai conseguir rir deles também, e o mesmo acontece com os atores mirins. Com o humor família, é claro que ainda temos os momentos de lições de moral e o espírito natalino.
Com uma filmografia toda baseada em comédias, o diretor Sean Anders (Quero Matar Meu Chefe 2, Uma Família do Bagulho) acerta na escolha da temática. Nos dias de hoje, é fácil encontrar configurações de família semelhantes a de Pai Em Dose Dupla 2. Estão lá duas famílias, irmãos de pais diferentes, filhos que precisam ir e vir de uma casa para outra, além de mães e pais diferentes que têm dificuldades em reconhecer suas falhas e pouca humildade para abrir o coração para com os mais próximos e mesmo ter uma conversa de apoio para os filhos que estão crescendo. Certamente você não vai sair problematizando tudo isso, mas as aberturas estão lá e muita gente poderá se identificar.
E como a Vigília é fã de filmes de Natal (relembre nossas listas), fica fácil gostar de Pai em Dose Dupla 2. Pode pegar a pipoca e o refrigerante e desligar a chave das preocupações. Deixe os improváveis pais Mark Wahlberg e Will Ferrell tretarem na sua frente e seja feliz.