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Os Meninos que Enganavam os Nazistas | Crítica

Depois de Dunkirk, os cinemas brasileiros recebem mais um longa baseado em uma história real e da Segunda Guerra Mundial. Um dos eventos mais traumatizantes da humanidade ganha um capítulo à parte, baseado no livro de memórias do francês Joseph Joffo. Os Meninos que Enganavam os Nazistas (Un Sac De Billes) chega às salas de cinema no dia 3 de agosto e mostra a angustiante jornada dos irmãos judeus Joseph (Dorian Le Clech) e Maurice (Batyste Fleurial) ao entrarem no turbilhão da Guerra, fugindo da segregação imposta pelos nazistas e buscando sobreviver e reencontrar a família.

Os Meninos Joseph e Maurice driblam os nazistas

A história é contada inicialmente de forma leve. Jojo e seu irmão vivem uma época áurea em Paris, mas a Guerra começa a cercá-los. Para protegê-los, o pai Roman (Patrick Bruel) os envia para outras cidades. E aqui começa uma jornada um tanto tumultuada. Dirigida por Christian Duguay (A Cilada, de 1999) a produção contrasta belos cenários da Europa com o traumatizante conflito. E nele, dois judeus sozinhos pelo mundo e tentando sempre provar que não pertencem ao grupo mais perseguido na época. As convicções e a resiliência dos garotos é gigante, e cresce exponencialmente com a saudade do pai e da mãe.

A caminho da famosa “Zona Livre”, no sul da França, os meninos são auxiliados pelos personagens que passam a cruzar os seus caminhos. Em idas e vindas eles são presos em um filtro dos nazistas que mandam pessoas para os campos de concentração. E aqui entra um tom claustrofóbico na trama. Mas nem mesmo as piores violências e incertezas abalam a amizade de Jojo e Maurice. A história autobiográfica traz ainda humor, ternura, momentos de alegria e também de muita tristeza.

Uma viagem forçada em meio a Segunda Guerra Mundial

Aos poucos a colcha de retalhos vai se resolvendo e o pior conflito da humanidade começa a se encaminhar para o seu desfecho. Mas nem mesmo zonas menos conflitantes passaram ilesas ao preconceito e ódio que percorreu o mundo na época. Simpatizantes da causa nazista também afetaram as pequenas sociedades e o preconceito deles acabou encontrando os irmãos Joffo. E é nesse momento que um deles vai mostrar que mesmo na Guerra o perdão pode vir nas situações mais adversas. Driblando as dificuldades os meninos acabam enganando os inimigos de diferentes formas, seja de forma proposital ou não.

Por fim, Os Meninos Que Enganavam os Nazistas surge como mais um filme que toca em uma grande ferida da sociedade, mas que é imprescindível que seja relembrada, ainda mais em uma época que caminha para as mais absurdas separações e o alimento ao ódio. Apesar de ser um relato de Guerra, traz uma história emocionante, e pode te fazer chorar mencionando Auschwitz apenas uma vez em uma hora e cinquenta de produção.

A Vigília indica!

 

Veredito da Vigilia

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