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Os Melhores Filmes de 2021, segundo a Vigília Nerd

Mais um ano cheio de situações estranhas para o cinema está acabando. O segundo ano da pandemia, apesar de ter prejudicado vários lançamentos (James Bond que o diga), parece que finalmente está acabando e indica um 2022 novamente com salas cheias e alguma justiça para seus lançamentos. Principalmente depois do novo fenômeno de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa.

E como fazemos tradicionalmente aqui na Vigília, reunimos o que de melhor passou nas telonas (e telinhas) durante os últimos 365 dias (portanto, ainda dá tempo da lista ganhar algum upgrade). A tarefa, como sempre, foi difícil e alguns filmes acabaram saindo dessa seleção de última hora. Mas com certeza temos um pouco da essência do que foi 2021 para o cinema. Vamos à lista (que não é ranking, beleza?).

Oxigênio (Alexandre Aja, Netflix)

O diretor do terror Predadores Assassinos (também disponível na Netflix), um filme bom de se assistir, apesar dos efeitos especiais ruins, trouxe em Oxigênio uma grande obra de ficção científica. Praticamente todo amparado na ótima atuação de Mélanie Laurent (Bastardos Inglórios, A Menina e o Leão), é um daqueles filmes que foge à regra do canal de Streaming, e resolve sua trama toda em uma hora e meia. Sufocante do início ao fim, ele tem na criatividade seu principal ponto forte, afinal, o filme é todo da protagonista presa em uma cápsula de salvação que é enviada para um outro planeta com o objetivo de manter viva a raça humana. Provando que às vezes no cinema, menos é mais.

O Esquadrão Suicida (James Gunn, HBO Max/Warner Bros. Pictures)

O Esquadrão Suicida de James Gunn
James Gunn e suas escolhas improváveis

Dê liberdade para a mente brilhantemente estranha de James Gunn (Guardiões da Galáxia) que ele vai lhe entregar entretenimento, ação e humor da melhor qualidade. Isso é claro, sempre dentro de uma linha que vem do cinema trash. E foi com o cinema trash que ele cravou o melhor filme da DC Comics em muitos anos, sempre lembrando que ele escolheu fazer isso com o grupo de vilões (ou anti-heróis) mais desconhecido do cardápio da editora de quadrinhos. O Esquadrão Suicida é um dos melhores blockbusters do ano, reunindo um grande elenco em uma piada galhofa de mais de duas horas de duração. E claro, fazendo jus ao nome do próprio filme com um delicioso banho de sangue. Imperdível. Relembre nossa crítica aqui e nosso vídeo aqui!

The Green Knight (David Lowery)

the green knight
Dev Patel como você nunca viu!

O filme passou rapidamente pelos cinemas e deve chegar em janeiro no Prime Video. Mas preste atenção em David Lowery. O diretor, já odiado por Sombras do Passado (A Ghost Story, 2017 – único filme possível com Rooney Mara), agora adapta um texto sobre a lenda de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde. Visualmente incrível, o filme é lento e necessário, Dev Patel entrega muito como o priminho playboy do Rei (Arthur) que quer impressionar o rei. Um dos motivos para entrar nessa lista é o final, que é surpreendente em vários sentidos. Quer mais motivos? Alicia Vikander, Joel Edgerton, Barry Keoghan (se você não odeia ele, vai começar por aqui).

Deserto Particular (Aly Muritiba)

deserto particular
Faltou força política e econômica para uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional

O filme brasileiro escolhido para tentar uma vaga no Oscar 2021 infelizmente foi descartado pela Academia, mas é o tipo de produção que vale cada segundo. O cineasta já multipremiado Aly Muritiba (O Caso Evandro, Ferrugem) traz uma história de um amor de duas pessoas muito diferentes, que nem se conhecem, mas que faz um deles cruzar o Brasil para encontrar o que pode ser o seu grande amor. No meio disso tudo, várias camadas e personagens que sustentam a trama do início ao fim. Surpreendente pelas suas nuances, ele segura o espectador na cadeira, sempre passando a impressão de que algo muito grave vai acontecer a qualquer momento. Relembre nossa crítica completa!

Duna (Denis Villeneuve, HBO Max)

duna crítica
Duna: o filme-evento do ano!

O grande épico do ano adapta a ficção científica de Frank Herbert de uma maneira única. Seu maior mérito é conseguir condensar parte da história, deixando ela fluída e instigante. Ao final das duas horas e meia de filme, a sensação é de “quero mais”. E já sabemos que teremos. A Warner Bros. Pictures já confirmou a continuação, que é claramente uma necessidade para a saga, que mal começou. Efeitos especiais, sonoros, figurinos e elenco, todos impecáveis. Só não fez mais sucesso porque a Warner acabou pagando caro pela ideia de lançar seus filmes na HBO Max com uma janela muito pequena desde sua estreia nos cinemas. Relembre nossa crítica de Duna!

Amor, Sublime Amor (Steven Spielberg)

amor sublime amor

Chegando no final do ano, o musical que adapta o clássico original de Robert Wise e Jerome Robbins, de 1961, veio com força, apesar de seu período tímido nas salas de cinema. Mas Steven Spielberg novamente mostra sua genialidade. A temática, apesar de ser dos anos 60, se torna cada vez mais atualizada, tendo em vista as atuais discussões sobre imigrações e o preconceito que os povos que precisam procurar outros lugares para construir uma nova vida acabam enfrentando. Contudo, o que faz Amor, Sublime Amor estar nesta lista, além da sua qualidade técnica, é o protagonismo feminino. O filme conseguiu atualizar a narrativa e dar mais espaço para sua personagem central. Confira nossa crítica completa!

Marighella (Wagner Moura, disponível no Globoplay)

marighella é interpretado por Seu Jorge
Seu Jorge é Marighella, no filme de Wagner Moura

Um filme que já tinha percorrido grandes festivais de cinema ao redor do mundo finalmente teve sua estreia nacional. O primeiro longa dirigido por Wagner Moura conta a história de Carlos Marighella, guerrilheiro que se opôs ao regime ditatorial no Brasil e deixou uma marca indelével no mundo, seja por sua luta, seja pela sua proeminente obra, que foi traduzida pra vários idiomas. Em Marighella temos a história envolvente deste político e artista, mesclando ação, atuação e intensidade. O filme tem a capacidade de nos mostrar que o Brasil é de todos, e não somente de um grupo que insiste em enfraquecer nossas cores e a nossa bandeira. Relembre nossa crítica completa!

Free Guy – Assumindo o Controle (Shawn Levy)

Uma vida virtual que se transforma!

Uma comédia de ação que usa muito bem todas as influências do mundo virtual e dos games na nossa atualidade para contar uma história original. Isso por si só é um grande mérito. Coloque o carisma de Ryan Reynolds e o talento de Jodie Comer na mistura e os efeitos especiais possíveis e temos um grande resultado, além de é claro, uma interessante lição de moral ao final de tudo. Por isso, Free Guy tem sua presença confirmada na nossa lista. Relembre nossa crítica!

Ghostbusters: Mais Além (Jason Reitman)

ghostbusters mais além crítica
A nova geração dos caça-fantasmas é apresentada em um filme incrível!

E a melhor sessão da tarde do ano veio com Ghostbusters: Mais Além. Mais uma franquia icônica e oitentista resgatada pelos cinemas. Com um profundo respeito pelos filmes originais, ele traz um legado cinematográfico para a nova geração. Mais do que um serviço para fãs, o filme foi uma carta de amor aos personagens (especialmente um deles) dosando emoção, nostalgia e uma comédia de ação das mais deliciosas de se acompanhar. Obrigado Jason e Ivan Reitman por tudo isso. O filme ganhou um episódio inteiro do Sala de Vigilância, o podcast da Vigília! Ouça aqui!

Maligno (James Wan, HBO Max)

Maligno de james wan
Surpresas, violência e uma história bem original em Maligno!

Pulamos de uma matinê família para um filme de terror que é uma loucura completa. Algo que só James Wan conseguiria fazer na atualidade. Assim como fez com Aquaman, ele pisa fundo no acelerador em uma história sobrenatural de um assassino em série que passa a atormentar uma moça traumatizada pela perda de vários filhos ainda no período de gestação. A espiral de aleatoriedades, clichês, sustos e surpresas consegue sair de um filme padrão para uma sessão que vai fazer amar ou odiar o filme. É difícil até explicar. Relembre nossa crítica de Maligno!

Tick, Tick BOOM…!!! (Lin-Manuel Miranda, Netflix)

tick tick boom
Um musical marcante e cheio de significados!

Coube a Lin-Manuel Miranda, um dos principais nomes de Hollywood hoje em dia, colocar novamente a Netflix nesta lista. Em um filme musical – e sobre um musical – ele contou parte da história da Broadway, mas principalmente de Jonathan Larson, um proeminente produtor que infelizmente não conseguiu viver seu grandioso sucesso, mas que deixou um legado incrível para o setor. Com ótimas músicas e interpretações, vemos novamente Andrew Garfield se entregando de corpo e alma em um projeto que pode não ser um filme incrível, mas marcante o suficiente para figurar entre os nossos melhores do ano. Relembre nossa crítica!

Ataque dos Cães (Jane Campion, Netflix)

Ataque dos Cães
Ataque dos Cães deve figurar nas principais premiações no início de 2022

O novo filme de Jane Campion (O Piano) é uma verdadeira obra de arte, daquelas que a gente certamente adoraria assistir nos cinemas (ele ganhou salas específicas aqui no Brasil). Protagonizado por Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho), Kirsten Dunst, Jesse Plemons e Kodi Smit-McPhee (X-Men: Fênix Negra), ele é uma homenagem ao poder da sugestão, deixando suas principais informações nas entrelinhas, dando ao espectador a conexão de lacunas que remetem às informações mais fortes de sua história. Uma situação digna de quem entende de como utilizar as ferramentas que a narrativa audiovisual possibilita. Um deleite do início ao fim, com um pano de fundo que mescla uma história de cowboy com lindos cenários e panorâmicas. Provavelmente o melhor filme lançado pela Netflix no ano. Leia nossa crítica completa!

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Jon Watts)

O filme monopolizou os debates na internet desde antes do lançamento de seu primeiro trailer. É difícil mensurar o estouro que o filme fez durante todo 2021, mesmo tendo estreado somente em dezembro (!). O longa é uma grande homenagem aos fãs do personagem e também ao seu legado cinematográfico desde a adaptação de Sam Raimi em 2006, com Tobey Maguire, passando pelo errante projeto de Marc Webb com Andrew Garfield, até que, finalmente o Universo Cinemático da Marvel conseguiu entregar no Peter Parker de Tom Holland a essência necessária do personagem criado por Stan Lee e Steve Ditko. Um filme catarse que novamente fez a Marvel transformar cinemas em arquibancadas. Leia nossa crítica completa!

E aí, gostou da lista? Faltou alguma coisa? Conta pra gente!

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