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Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro | Crítica

Danilo Gentili volta aos cinemas em 2018. Após o filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, agora o comediante se aventura no terror “Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro”, que estreia em todo o Brasil no dia 29 de novembro. Novamente sob a direção de Fabrício Bittar, Gentili contracena desta vez ao lado de Léo Lins, Murilo Couto, Dani Calabresa e até mesmo do apresentador de TV Ratinho.

Se Gentilli pagou uma de Adam Sandler em seu primeiro filme, aqui temos ele querendo dar uma de Quentin Tarantino e Sam Raimi (calma, calma…não criemos pânico). Em Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro, temos um filme bem gore, cheio de sangue (até demais), mutilações e a mistura do humor com terror. Citei Sam Raimi também, porque esse filme tem o clima daquelas produções para adolescentes dos anos 1980, como Uma Noite Alucinante, que ganhou o seu remake em 2013, intitulado A Morte do Demônio.

Talvez isso que atrapalhe um pouco o filme. Essa vontade de parecer uma película genuinamente americana, mas com tiradas brasileiras. Não estou dizendo que as piadas não encaixam nos momentos certos, mas elas soam estranhas quando percebemos que estamos vendo uma emulação de um terror nitidamente imitando os moldes estadunienses.

O sangue foi usado com certo exagero em algumas cenas.

Na história, somos apresentados a uma grupo de três youtubers que vendem a imagem de serem especialistas em caçar assombrações, mas que na verdade são a maior fraude. Danilo Gentili é Jack, o engenheiro da turma. Léo Lins é Fred, o líder e Dani Calabresa é Carolina, a sensitiva. Temos ainda Murilo Couto como uma espécie de estagiário da galera, que aluga um cômodo nos fundos do açougue do seu tio, interpretado por Ratinho, que faz uma caricatura de italiano.

Pois então, Os Caça Assombrações (esse é nome do grupo, que imita até mesmo Os Caça Fantasmas no seu logotipo), são chamados para desvendar o caso da loira do banheiro em um colégio, após os garotos do Carrossel (eles mesmos) invocarem a demônia (no meu tempo eu ia pra escola para estudar).

A equipe dos Caça Assombrações.

Após todos acharem que aquilo se trata da imaginação da molecada, para acalmar os ânimos, Os Caça Assombrações topam, achando que vai ser mais uma das suas missões fake e passam a noite no colégio, só para no outro dia anunciarem para todos que cumpriram a sua missão. O problema é que a Loira é real, e sai matando, possuindo e criando alucinações das mais sinistras na galera. Aqui temos a parte boa do filme, com jump scares de meter medo mesmo e na hora certa, alguns efeitos especiais bem executados e um segundo ato que te prende, com direito até mesmo a um easter egg, para quem acompanha a carreira de Danilo Gentili no cinema.

Já no terceiro ato, por mais que tenhamos direito até mesmo a um plot twist, o filme perde o ritmo por ter acelerado demais nas duas partes iniciais, deixando a última muito arrastada. Outra coisa que fez o filme se perder, foi a cena durante os créditos finais, que foi bem elaborada, mas poderia ter acabado ali, não querendo dar outra reviravolta desnecessária.

A Loira do Banheiro é uma menininha encapetada.

No final das contas podemos dar risadas e tomar alguns sustos, em um filme que parece uma pegadinha do Silvio Santos estendida (vide as que o SBT fez baseada nos filmes It, Annabelle e Invocação do Mal). Infelizmente o longa metragem perde a chance de criar características próprias, preferindo imitar gêneros americanos. Ao invés de homenagear, poderia ter preferido ser original.

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