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Os encontros e desencontros de Isabelle Huppert em “Frankie” | Crítica

Frankie tem Sintra, a bela cidade portuguesa, como cenário. Ela é o local escolhido pela protagonista, Françoise Crémont, ou só Frankie para os mais íntimos, para reunir familiares e amigos em uma espécie de viagem de despedida, após saber que tem pouco tempo de vida. Isabelle Huppert dá vida a personagem principal, uma atriz famosa que está com câncer terminal e tenta “deixar tudo em ordem” antes de sua partida. O filme do diretor Ira Sachs passou por Cannes e também pelo Festival do Rio em 2019, antes de estrear oficialmente no Brasil no dia 20 de fevereiro.

Em Frankie, temas como divórcio, primeiro beijo, casamento, problemas financeiros, paixões e desilusões vão aparecendo conforme os personagens vão se mostrando durante a história. Projeções sem cortes acompanham cada novo encontro, que mais parecem sessões de terapia, onde cada personagem encontra um lugar de escuta.

O roteiro, que depende bastante dos diálogos, é extremamente humano por aqui. Mesmo a aproximação da morte não faz com que os personagens esqueçam de seus problemas cotidianos e a vida é discutida a cada conversa, com seus erros e acertos. Os idiomas intercalam entre o inglês britânico e americano, francês e português. E entre confissões, abraços, desmaios e beijos, a morte parece cada vez mais ser um assunto velado entre todos inseridos na história de Frankie.

Perdidos? Você também pode ficar

A fotografia é um ponto forte da produção, com paisagens incríveis e uma cena final de beleza única, da reunião que é sabotada durante toda a narrativa. Além de Isabelle Huppert, Frankie conta com outros atores e atrizes de peso como Marisa Tomei, Brendan Gleeson e Pascal Greggory. O roteirista é o brasileiro Maurício Zacharias.

Apesar do clássico “grande elenco”, fotografia linda e diretor talentoso, Frankie peca na execução. Você pode sair do cinema com aquela pergunta na cabeça: “Tá , mas e ai?”. Em muitos momentos, os personagens parecem sem rumo, um bando de gente perdida que nem sabe o que faz ali, além de não atender as expectativas da protagonista.

Uma possível interpretação é que a vida não está nem aí para seu planejamento.

Veredito da Vigilia

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