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Origem, de Dan Brown | Crítica Literária

Como esse é a nossa primeira crítica de um livro do autor, vale uma introduçãozinha ao mundo de simbologia e do personagem Robert Langdom. Se já é leitor fiel ou hater do autor, pode pular para terceiro parágrafo onde falarei apenas do livro Origem (2017).

Daniel Gerhard Brown (1964) é o escritor norte-americano responsável por alguns dos livros mais bem vendidos atualmente. Iniciando com Fortaleza Digital (1998) e Ponto de Impacto (2001) e começando o universo (não tão compartilhado) do professor/simbologista Robert Langdom com os livros Anjos e Demônios (2000), O Código Da Vinci (2003), O Símbolo Perdido (2009) e Inferno (2013). Mesmo os dois primeiros, como os demais da série Robert Langdom, tem praticamente o mesmo estilo de narrativa e histórias muito parecidas. Todas tratam de um mistério a nível mundial que só pode ser descoberto a partir da solução de um código/símbolo. Tem um mocinho (aparentemente o autor é espelhado no personagem), uma mocinha, eles se apaixonam e salvam o mundo no final. Clichê? Sim. Ruim? Nem tanto. Todas essas crises, códigos e teorias escritas por Brown são muito polêmicas e mexem a fundo com as nossas crenças, tudo muito bem fundamentado, explicado e até desenhado, nos mostrando que quase todas as associações, obras, lugares dos livros realmente existem ou existiram, e isso nos deixa uma “pulguinha atrás da orelha”. Todas as obras nos presenteiam com segredos dos lugares onde as tramas ocorrem, como em Paris, Roma, Washington, Barcelona, etc. No Museu do Louvre, em Paris, por exemplo, tem (ou tinha) um áudio-guia para caminhar pelo museu acompanhando as obras que Brown cita em O Código Da Vinci. Sem dar spoiler dos livros, mas quem não tem interesse pelos assuntos: Illuminatti, Opus Dei, Cálice Sagrado e as respostas para as perguntas: – De onde viemos? – Para onde vamos?

Igreja Sagrada Família – Obra de Gaudi é cenário da trama

É com cerne nessas perguntas que o livro Origem, nos presenteia com uma trama muito semelhante a de todas as outras de Brown, e mesmo assim, nos faz ficar grudados até os últimos capítulos para sabermos a revelação. – De onde viemos? – Para onde vamos?

As respostas foram descobertas pelo cientista, ateu, milionário e futurólogo Edmond Kirsch, ex-aluno de Langdom, que promete abalar as crenças da humanidade. Ou melhor, eliminar todas as religiões com a sua revelação. Polêmico e megalomaníaco, Kirsch promove um evento hiper tecnológico e artístico no Museu Guggenheim, em Bilbao na Espanha, onde apenas alguns convidados exclusivos teriam acesso e transmissão ao vivo da apresentação pela internet. Óbvio que, como em todo o livro de Brown, algo acontece na apresentação e não temos a resposta, mas sim um crime que Langdom e a responsável pelo evento Ambra Vidal (uma modelo e noiva do futuro Rei da Espanha) são pegos. No meio de uma confusão, eles agora são responsáveis pela divulgação da pesquisa de Kirsch. Além da dupla principal, a história nos leva para o Palácio Real da Espanha em Madri com a revelação (só entregue no final também) de que alguém dentro do Palácio estaria envolvido no crime, e como de costume nas história de Brown, a Igreja Católica e outras religiões estão envolvidas e são as “vilãs”.

Muito bem fundamentado cientificamente e tecnologicamente, partindo da premissa da sopa primordial e que a Origem da Vida de Edmond Kirsch muda o mundo, mas não consegue eliminar as religiões (como ele pretendia), o livro nos traz várias relações do porquê a Igreja não procurar e aceitar certos preceitos e atualizações.

Repetindo suas tramas, Brown cria um vilão vinculado a uma seita que também se envolve na trama de forma cega e sem questionamentos. Ele não nos dá medo ou traz preocupação, assim como nas obras anteriores (se discorda, comente abaixo).

Palácio Real de Madri – As entranhas da Monarquia Espanhola e Igreja Católica são expostas!

A Inteligência Artificial criada pelo futurólogo para ajudar Langdom e Abra na solução do mistério também nos faz refletir sobre qual é o limite da tecnologia nas nossas vidas e para o futuro da humanidade (para onde vamos?).

As respostas para a vida, o universo e tudo mais (captei alguém pensando em 42?) não mudarão o nosso mundo, mas com certeza ficará a dúvida: – Será possível?

Éderson Nunes

@elnunes

2 thoughts on “Origem, de Dan Brown | Crítica Literária

  • Acabei de ler o livro…a dúvida chega ser perturbadora.
    O vilão realmente não chega a causar medo porque a curiosidade sobre a revelação é maior!

    Resposta

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