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O Sangue de Zeus é uma tragédia grega com personagens sem carisma| Crítica

Depois de três temporadas do anime de Castlevania e uma de Seis Punhos, o Powerhouse Animation Studios caiu nas graças do público, fazendo com que a sua nova produção, O Sangue de Zeus, gerasse expectativa nos fãs. 

Pois bem, se compararmos com as duas outras produções, o anime original Netflix “O Sangue de Zeus” é inferior, tanto no roteiro quanto no traço, que parecia mais “caprichado” nas outras séries.

Heron é nosso protagonista com quase zero de simpatia.

Já que citamos o enredo, ele é bem clichê, ainda mais quando se trata de uma história grega. Temos Heron, que vive com sua mãe em um vilarejo da Grécia antiga. Os dois são hostilizados por todos, ainda mais pelo fato do garoto ser um filho bastardo. No final das contas, é nítido que temos aqui mais um caso de um filho de Zeus, deus olimpiano que sai por aí engravidando mulheres desde que o mundo é mundo (falei que a história era clichê).

O mulherengo Zeus

Ao descobrir esse “segredo”, Heron se vê em meio a uma guerra entre deuses e demônios, que se originaram após comerem a carne de gigantes, que no passado foram derrotados pelos habitantes do Olimpo. 

A traída e vingativa Hera

Tais gigantes tem as suas aparências baseadas em vários ícones da cultura pop, como os monstros cheios de tentáculos de H.P. Lovecraft; os kaijus vistos em Godzilla e até mesmo alguns seres mais diabólicos, que você pode conferir na franquia Hellraiser.

Os demônios da história do anime são liderados por Serafim, que possui uma quimera como montaria e um bidente como arma. Ele tem seus próprios objetivos, mas acaba sendo “recrutado” para se aliar a Hera, que procura vingar mais uma “guampa” sofrida por ela e derrotar Zeus. Eu sei, eu sei, que a moral dos deuses gregos é que eles são tão humanos quanto os próprios humanos, devido as suas falhas, mas colocar o garanhão como vítima e a mulher traída como vilã, nos tempos atuais, é um tiro (de canhão) no pé. 

Serafim: o líder dos demônios e antagonista da história

Contudo, o principal defeito de O Sangue de Zeus é a falta de carisma de seus personagens. Heron, nosso semi-deus é pouco cativante e você não torce por ele em nenhum momento do anime. Seus companheiros que vão surgindo durante a jornada – uma amazona, um gladiador negro e um contrabandista malandro – não têm a menor liga. Este último aliás, tem a função de alívio cômico na trama, mas falha miseravelmente. 

Hermes, Apolo e Ares também aparecem no anime

O Sangue de Zeus fala muito sobre relações familiares e de como decisões passadas podem influenciar no futuro das pessoas, transformando-as em mocinhos ou vilões. Porém, não entrega tanto quanto as outras produções do mesmo estúdio, que já nos encheu os olhos com melhores histórias. Mesmo assim, para quem curte produções baseadas na mitologia grega, pode valer a pena apertar o play.

Veredito da Vigilia

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