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O Passageiro | Crítica

Regra básica de convivência mundial: nunca suba no mesmo transporte coletivo que Liam Neeson. E se você já assistiu algum de seus últimos filmes de ação, sabe bem do que estou falando. Desta vez a função toda é dentro de um trem e não vão faltar ingredientes para vermos Neeson como estamos acostumando: batendo, correndo, levando porrada (muita), e claro, falando em algum telefone. Isso tudo pra dizer que O Passageiro (The Commuter), filme que estreia no Brasil dia 8 de março, é tudo que se espera de um filme de ação com Liam Neeson. E vamos lá, saber que você vai pegar uma sessão de cinema e não se sentir enganado é uma grande vantagem nos dias de hoje.

Vera Farmiga é a mulher misteriosa. Liam Neeson é… você sabe bem.

Não por acaso, o filme é dirigido por Jaume Collet-Serra, que retoma sua dobradinha com o astro sexagenário. A dupla é culpada (no bom sentido) também por Desconhecido (2011), Sem Escalas (2014) e Noite sem Fim (2015). Enfim, a parceria já rendeu alguns frutos do cinema de ação que misturam ligações e transportes públicos. O que muda agora é que tudo está sobre trilhos. O elenco é competente também. Temos Vera Farmiga (A Invocação do Mal) como Joanna, Sam Neil (Thor: Ragnarok) como Capitão Hawthorne, e Patrick Wilson como Alex Murphy. A trama não enrola, embora fique aquém de um bom argumento de cinema: o recém demitido pai de família, que não por acaso era policial, precisa encontrar um passageiro misterioso e colocar um rastreador nele. Para isso, tem um limite de estações para vencer. Se tudo der certo, vai poder pagar com folga suas hipotecas vencidas e a faculdade do filho (Dean Charles Chapman, de Game Of Thrones). Como precisamos de ação, ele obviamente vai aceitar a grana, embora vá se arrepender um minuto depois.

A dica é não entrar num trem com Liam Neeson.

Então é que começa a diversão. Por não precisar de grandes coreografias, poderes extraordinários e se passar quase que absolutamente dentro de um trem, O Passageiro é um filme de ação sem a pretensão de ser um filme exemplar. Cumpre sua tarefa de entretenimento com pancadaria crua (tudo que estiver pela frente pode ser útil) e mistura algum suspense na busca pelo passageiro misterioso. Tem então seus requintes de Assassinato no Expresso Oriente (clássico de Agatha Christie e que ganhou seu remake no ano passado) e sua virada “surpresa” (assim entre aspas mesmo) com a descoberta dos verdadeiros inimigos. E mesmo com aquela tradicional “fria” digna do pacote todo, você vai sair tranquilo do cinema. Sou suspeito para falar, mas filmes de ação que levam o mínimo de seriedade já se destacam e muito de seus concorrentes.

Por isso, vale diferenciar duas sentenças: Entrar em um transporte coletivo com Liam Neeson pode ser temerário para sua saúde. Agora, entrar em uma sessão de cinema em um filme de Liam Neeson entrando em algum transporte coletivo, aí tá liberado.

Veredito da Vigilia

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