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O Homem das Castanhas segura os seus mistérios e corresponde todas as expectativas

No dia 29 de setembro estreou na Netflix a série O Homem das Castanhas (Kastanjemanden). Baseada no livro de 2018, do escritor Søren Sveistrup, o mesmo de The Killing – Além de um Crime, que também foi adaptado pelo canal de streaming, a trama acompanha uma dupla de detetives que investiga um novo serial killer, que aparentemente, está ligado com um crime já solucionado há um ano.

Durante os seis episódios, acompanhamos Naia Thulin (Danica Curcic, de Equinox), uma policial que está tentando uma promoção, que vai lhe transferir para uma nova função em outro departamento de polícia, possibilitando assim, que ela tenha mais tempo para a sua filha, já que Naia é mãe solo. Porém, um último caso surge antes que isso seja possível, já que alguém está matando mulheres e deixando Homens de Castanha no local do crime. Tal artefato (um boneco feito com gravetos e com a própria castanha) parece ser muito popular na Dinamarca, onde se passa o seriado. A protagonista segue o clichê de filme de suspense, no qual o mocinho ou mocinha se encaixa no perfil procurado pelo assassino em série. No caso aqui, nosso Homem das Castanhas tira a vida apenas de mães que ele considera ‘relapsas’, na visão dele, é claro.

As mães “relapsas” são as vítimas do Homem das Castanhas

Para solucionar esse mistério, Thulin terá a companhia de um policial recém transferido, Mark Hess (Mikkel Følsgaard, de The Rain). Inicialmente Hess parece ser apenas “o cara que cometeu um erro no emprego anterior e está nem aí para a nova função”, mas isso vai mudando gradualmente, fazendo com que o policial se envolva com todas as suas forças para pegar o criminoso.

Hess e Thulin não terão uma vida fácil na série

O Homem das Castanhas é aquela série que te faz querer acertar quem é o vilão a cada momento, colocando pistas falsas e tramas paralelas para dificultar essa busca. Prova disso é o fato de reavivar um caso solucionado há mais de um ano, que parecia não ter mais nada para ser explorado. Cada boneco de castanha contém a digital de uma garota, que foi morta um ano antes por um homem que já está atrás das grades, após confessar o crime. Essa pista reacende a possibilidade da menina estar viva ou não. Para deixar tudo mais tumultuado, essa informação surge simultaneamente com o regresso de sua mãe, Rosa Hartung (Iden Dorner), às suas obrigações como ministra social. Todo esse cenário político, com uma investigação criminal batendo na porta, faz com que a trama fique mais complexa, instigando ainda mais o telespectador. 

O serial killer deixa a sua assinatura em cada cena de crime

Com todas essas nuances, O Homem das Castanhas possui todos os elementos que já vimos em outras séries policiais, mas ainda assim, consegue ter uma cara própria, com seu cenário outonal, colorindo a tela com tons de marrom, amarelo e encarnado, uma trama bem construída e amarrada, não decepcionando ao chegar no fim, dando boas motivações para mocinhos e vilões. A tensão é presente a cada final de episódio, que possuem um bom ritmo, não deixando a experiência arrastada em nenhum momento. 

Thulin não consegue consciliar sua vida pessoal com a profissional

O Homem das Castanhas pode passar despercebido pelo grande público, já que possivelmente não vai ficar no Top 10 da Netflix, uma vez que sua janela de estreia estava lotada de outras séries e filmes, deixando ela um pouco mais escondida. Porém, aqueles que assistirem poderão fazer justiça, colocando-a em seu devido lugar, que é o de uma ótima, curta e bem produzida série da Netflix.

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