CríticaFilmes

O espetáculo visual de A Grande Muralha

O que os trailers sugeriram ou tentaram esconder, são escancarados logo nos primeiros minutos de A Grande Muralha (The Great Wall, 2016). E isso é ótimo. O épico de guerra assinado por Yimou Zhang (O Clã das Adagas Voadoras) é uma aventura brilhante com um visual e cenas de tirar o fôlego. Não espere preocupações históricas ou uma vídeo-aula, tão pouco embate entre exércitos orientais contra ocidentais. O longa é ação direta do início ao fim e usa de palco uma das sete maravilhas da Idade Média. A única que pode ser vista a olho nu lá do espaço. E também não tem vergonha em ser o que é: a história de luta entre homens e monstros! Sim, animais bestiais que saíram de alguma mistura de orcs de Senhor dos Anéis com cães zumbis de Resident Evil.

Cenas grandiosas e épicas em A Grande Muralha

A receita de Zhang para seu grandioso espetáculo reúne ainda o astro Matt Damon (Perdido em Marte), que interpreta William, e Pedro Pascal (Oberyn de Game Of Thrones e Javier Peña de Narcos), na pele de Tovar. Mas não se apegue aos nomes, que eles não fazem lá tanta diferença. Completam o elenco principal a belíssima Tian Jing (que vai estar também em Pacific Rim: Uprising e Kong: A Ilha da Caveira) e o clássico Willem Dafoe, que nunca se importa em ser o coadjuvante pastelão. Depois do elenco, temos ainda as lindas tomadas aéreas e o excelente trabalho de efeitos especiais e figurino. Impossível não se encantar.

Julgamento por duelo em Game Of Thrones … não pera!

O roteiro não enrola. Wiliam e Tovar são dois bandidos sendo perseguidos no deserto e se vêem cercados entre a muralha e um grupo que os perseguia. Eles se entregam e mostram que podem ser valorosos dentro da muralha. Afinal, está se aproximando dali um grande ataque de monstros que, a cada 60 anos despertam e tentam invadir o Império da China. Por sorte, ou acaso, William conseguiu matar uma das feras e carregava consigo um dos braços dela. Lá eles conhecem a Ordem dos Sem Nome, que passa a ser liderada pela comandante Lin Mae (Tian Jing). E lá eles percebem que existe um exército incrível e com muitos segredos, que podem ser úteis para dois ladrões de uma vida inteira.

Tian Jing arrancou suspiros da plateia

Então os relacionamentos começam a se cruzar, e as necessidades de sobrevivência e até de reconhecimento pessoal falam mais alto. A honra e a confiança são os conflitos que guiam os personagens. Mas tudo pode estar perdido quando os segredos da Grande Muralha são revelados e ela se mostra vulnerável à inteligência do ataque monstro. São poucas as possibilidades de que a humanidade sobreviva ao ataque massivo. E é dando continuidade às coreografias orientais, grandes tomadas e efeitos especiais, que Zhang nos leva ao confronto final já longe da Grande Muralha. E lá, da forma mais espetacular e sem dar bola aos clichês, William e Lin Mae (sua quase paixão) resolvem a parada.

Os Rangers Azul, Vermelho e Amarelo … Ok, piada fail, mas você vai lembrar disso durante a sessão.

A Grande Muralha pode não ser o blockbuster do verão, mas é cinema pipoca da melhor qualidade e une tudo que o bom entretenimento precisa.

A Vigília Recomenda, e de preferência, numa sala IMAX.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *