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“Nova Ordem Espacial”, o Guardiões da Galáxia da Netflix

Um filme que estreou em fevereiro na Netflix e que passou um pouco despercebido por alguns foi Nova Ordem Espacial (Space Sweepers), uma ópera espacial do diretor coreano Jo Sung-hee. Na história, somos apresentados a Terra em 2092, que já não é mais um lugar para se viver. Por isso, a empresa UTS promete levar os humanos para Marte, e assim construir um novo lar. 

Os heróis do nosso filme são os tripulantes da The Victory, uma nave que recolhe lixo espacial. Tae-Ho (Song Joong‑ki) o piloto da nave, é um ex-militar, que deseja juntar dinheiro para reencontrar a sua filha; Jang (Kim Tae-ri ) é a capitã da nave; Tiger Park (Jin Seon‑kyu) é um ex-gangster que é responsável pelos motores e para completar o time, temos o droid Bubs (Yoo Hai-jin), que sonha em comprar um enxerto de pele, e assim, ter uma aparência humana. Os quatro estão falidos e enxergam uma oportunidade cair do céu (ou seria do espaço?). Eles encontram a androide (?) Dorothy (Ye-Rin Park), que possui a aparência de uma garotinha frágil. Ela foi sequestrada por um grupo rebelde e precisa ser devolvida para a UTS, por se tratar de uma arma de destruição em massa. 

Os tripulantes da Victory

Então os tripulantes da Victory têm a brilhante ideia de conseguir uma boa grana com a Dorothy, que sim, parece ter sido inspirada no clássico Literário “O Mágico de Oz”, uma vez que temos o Tiger Park (poderia ser uma referência ao Leão do livro, porém aqui trocando de felino) e o droide Bubs (que pode também ser uma emulação do Homem de Lata). 

Difícil acreditar que ela possa fazer mal à alguém

Como todo filme coreano, temos muito sentimentalismo envolvido, fazendo com que os personagens se afeiçoem a garotinha, criando laços e situações muito comoventes. Toda a perseguição ao artefato (Dorothy), o grupo de desajustados como protagonistas e o climão de filme com naves espaciais, faz o telespectador lembrar de Guardiões da Galáxia

Seriam Os Guardiões da Galáxia coreanos?

Um mérito do filme, que vale muito a pena destacar, são os idiomas falados durante o longa-metragem. Por se tratar de um mundo globalizado, temos pessoas de todas as partes da Terra, convivendo. Por isso, cada um vai falar na sua língua materna. Se você assistir o filme dublado, por exemplo, apenas os personagens que falam em coreano não estão legendados, levando a sério a proposta do filme (não como era antigamente quando os dubladores apenas faziam um sotaque parecido com o áudio original). Para facilitar o entendimento, no universo de Nova Ordem Espacial, todos usam uma espécie de fone que traduz automaticamente as falas. 

Talvez o único problema de Nova Ordem Espacial seja o seu desenvolvimento. Todo filme é composto por três partes (primeiro, segundo e terceiro ato). Mas aqui, parece que temos dois meios e três finais! Isso pode tirar o expectador da história, e, ao meu ver, a resolução poderia ter chegado antes, deixando a história mais épica (contudo, menos feliz). 

Song Joong‑ki é conhecido do público que assiste K-Drama

Nova Ordem Espacial é engraçado, tem ótimos personagens e possui uma premissa muito palpável de acontecer em um futuro não tão distante assim. A busca por um meio termo entre um produto que mescla as escolas sul-coreanas e hollywoodianas no cinema não casou tão bem, deixando-o extenso demais. Mesmo assim, ele pode ser o começo de um intercâmbio cultural interessante. 

Veredito da Vigilia

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