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Nasce Uma Estrela | Crítica

Um filme musical como poucos, com uma produção quase impecável, um roteiro clássico (e histórico) e protagonistas pra lá de cativantes. Nasce uma Estrela (A Star Is Born, remake das histórias de 1937, 1954 e 1976) marca a estreia de Bradley Cooper como diretor. Com uma tremenda qualidade musical, o longa já mira grandes premiações e pavimenta um caminho que vai lhe render o equilíbrio de sucesso de público e crítica. Não é difícil afirmar que este é um dos melhores trabalhos do ator, que colocou muito de sua experiência de vida no papel do músico Jackson Maine (ou só Jack mesmo), que sofre com o alcoolismo e uso excessivo de drogas. E claro, não dá pra fechar o primeiro parágrafo deste texto sem mencionar Stefani Joanne Angelina Germanotta, a mundial Lady Gaga, que empresta seu talento para a também protagonista Ally, uma cantora descoberta pelo astro da música country rock.

Desde o início já vemos que estamos diante de uma obra feita com todo o cuidado. Principalmente na parte musical. E até o final das quase 2h20 de projeção você não vai ver o tempo passar. E vai ficar imerso a cada canção. Canções aliás, que foram compostas por Bradley Cooper e Lady Gaga durante o processo de todo o filme, todas elas (as originais) gravadas ao vivo. Além deles, também colaboraram neste aspecto artistas como Lukas Nelson, Jason Isbell e Mark Ronson. A história mostra o envolvimento de Jack e Ally, sua paixão, vitórias, derrotas, até um desfecho surpreendente.

Cooper renovou, modernizou e colocou camadas dramáticas em cada segundo dessa nova versão. Cada diálogo, cada lembrança, cada momento em que Jack, Ally e o elenco de apoio aparecem, com o irmão Bobby (o pra lá de competente Sam Elliot) e o produtor Rez Gavron (Rafi Gavron), mostra a profundidade que cada um precisa, largando pequenas pistas que fazem a construção, tanto do relacionamento do casal quanto da personalidade do velho e da nova artista. Acompanhar a evolução de Ally e o apogeu de Jack será uma das melhores sensações que você terá no cinema em 2018. Apresentações grandiosas, vozes incríveis e um filme com muito coração.

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Nasce uma Estrela toca em situações importantes do mundo do showbizz e da história de muitos artistas famosos para além de uma história de amor musical. Muitos podem achar que conhecem uma pessoa pelo simples fato dela ser pública e famosa. Mas essa faceta cheia de vida, amigos e glamour também pode esconder problemas. A utopia de se ter tudo, mas mesmo assim não estar totalmente completo. O sentimento de vazio que vem tanto de um mundo feito de aparências, mas também de um passado conturbado e de carência. Jack emula vários cantores e cantoras do mundo pop, independente da época. E muitos deles hoje só vivem como legado. O mesmo mundo que pode lhe levantar, pode lhe empurrar.

Por toda a música, por todo o drama, e por todo o envolvimento, e claro, por ser um filmaço, a Vigília mais do que Recomenda.

Veredito da Vigilia

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