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Não queremos o filme da Fênix Negra, ou devolvam os X-Men pra Marvel | Opinião

Primeiramente vamos deixar claro que este é um texto de opinião, baseado nas notícias que cercam a próxima aventura dos X-Men no cinema. Fique inteiramente à vontade para discordar ou concordar. A diversidade é importante, mas por favor, não nos odeie.

O que queremos dizer é exatamente o título dessa crônica. Embora a ideia de um filme da Fênix Negra more em nossos sonhos desde que a conhecemos, no meu caso, nos idos dos anos 90, não parece que teremos algo tão legal quanto tivemos nos quadrinhos ou como a Marvel conseguiu criar com os Vingadores em Guerra Infinita. Principalmente depois dos últimos filmes do universo mutante, sempre guiados por Bryan Singer e a 21th Century Fox. Em primeiro lugar, Bryan Singer e a Fox precisam largar o osso. E finalmente isso vai acontecer. A franquia X no cinema está desgastada com uma série de equívocos desde X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido (ou mesmo antes, em X-Men 3: O Confronto Final, e adivinha, a Fênix estava lá!). Agora, com a direção de Fênix Negra nas mãos de Simon Kinberg, produtor dos últimos dois X-Men (Apocalypse e DOFP), parece que o caos está reinando. O título ganhou regravações e alterações de calendário (muitas!).

Outro ponto importante é que a Saga da Fênix Negra é uma das melhores da parceria John Byrne e Chris Claremont.  O arco original foi publicado na revista americana The Uncanny X-Men no início dos 1980. Ela trouxe desde o sacrifício de Jean Grey ao salvar a equipe em uma missão no espaço, passando pela tentativa de controle pelo Clube do Inferno e encerrando (lindamente) novamente no espaço, em um confronto com a Guarda Imperial do planeta Shiar. É muito material para apenas um filme. Talvez uma temporada de uma série se encaixasse melhor. O que já podemos afirmar é que a adaptação reduzirá muito o que foi a obra original e o que nos fez gostar até mesmo de personagens como Ciclope, o que ainda não ocorreu com a nova geração que passou ligeiramente nas telas em X-Men: Apocalipse (e uma pontinha em Deadpool 2). 

A dupla Byrne e Claremont ficou por anos à frente da revista X-Men e criou todo um enredo entre os principais personagens da história: Jean Grey/Garota Marvel/Fênix e Scott Summers/Ciclope. Foram anos de relacionamento de um dos casais mais importantes do mundo dos quadrinhos. E tudo aquilo trouxe sentimento pra coisa. Impossível comparar anos de dedicação e formação de vínculos entre personagens e fãs com dois filmes onde nem de perto tivemos um relacionamento convincente entre Jean (Sophie Turner) e Scott (Tye Sheridan). É claro, não vivemos num mundo cor de rosa. Estamos falando da indústria e de Hollywood, onde a grana fala mais alto e a produção do que funciona e é lucrativo não pode parar. Nesse sentido, quase podemos desistir de ver algo próximo do que tivemos na melhor fase de Byrne e Claremont. Dias de Um Futuro Esquecido que o diga. Fora que mesmo os claudicantes X-Men DOFP e Apocalipse ainda fizeram um bom dinheiro. Enquanto isso, celebramos os 10 anos de Marvel Studios com um épico em sequência de Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato.

Também é cedo para abordar uma história que já vimos adaptada medianamente em X-Men 3: O Confronto Final (2006), que não é (mais) o pior filme dos mutunas após Apocalipse. O Confronto Final seria um final “OK” para os mutantes no cinema. Mortes e desfechos que arrancaram lágrimas dos fãs mesmo sem a grandiosidade espacial do destino da Srta Grey. Como a ganância foi pouca, investiram em um filme médio que deu certo (Primeira Classe) para depois retornar com uma bagunça cronológica e de personagens em excesso e sem carisma em Dias de um Futuro Esquecido (meia boca, falta carinho por alguns personagens) e novamente Apocalipse.

O temor não acaba por aqui, pois o escalado para a direção, Simon Kinberg, é um executivo e não tem experiência artística na direção (cale a minha boca em 2018, opa não, mudou a data para 2019!). E como já citei antes, os atores novos não cativaram. Somamos a isso a bagunça de calendário que se chama X-Men: Novos Mutantes. E aqui um adendo importante: assisti cenas exclusivas de Novos Mutantes na CCXP em 2017 (cara como faz tempo já) que eram promissoras. O elenco estava lá, o diretor Josh Boone (A Culpa é das Estrelas) e o roteirista Knate Lee. E todos estavam muito felizes com o que tinham feito. O filme estrearia em abril de 2018, mas foi jogado também para agosto de 2019. Fora que ele também passou por regravações. Imagine a frustração dos envolvidos que tinham inclusive apresentado parte do filme.

Como podemos ver, Simon Kinberg e Lauren Shuler Donner não são o Kevin Feige do universo cinematográfico mutante. Onde esses filmes irão se encaixar sendo que os Novos Mutantes são sim cria do Professor Xavier? Onde esses filmes vão se encaixar (ou não)?

E como dizem os vendedores da TV. “Não é só isso!” A presença da atriz Jessica Chastain em seu primeiro filme de super-heróis parece ter tudo pra ser traumática. A moça conhecida por seus cabelos vermelhos aparecerá com o visual loiro e está creditada até agora como Smith. Essa será uma grande queima de cartuchos. Atrizes desse gabarito perdidas no papel de uma personagem que provavelmente vá durar um filme já chegam como notícia decepcionante. Dá pena só de pensar. Outros rumores ainda colocam a cantora pop Taylor Swift como a personagem (e igualmente cantora) Cristal. Isso nos lembra que tivemos o músico Will I Am, do Black Eyed Peas em X-Men Origens: Wolverine (você chegou a tremer né? Chegou né?).

Bryan Singer é responsável por colocar os super-heróis e os mutantes nas telonas. Um feito e tanto. X-Men – O Filme é fácil uma das adaptações que mais assistimos e guardamos no coração. Mas Singer cansou a mão e monopolizou a história toda. E só largou o osso graças as denúncias de abuso (mais um caso) que caíram sobre ele. Tanto que nem apareceu para colher os louros de Bohemian Rhapsody. O ideal mesmo é o que todo fã da Marvel já deseja desde a volta do Homem-Aranha, e que os mutantes fiquem com a equipe criativa da Marvel Studios.

Outra certeza é que teremos a volta de todo o elenco do último filme, isso inclui até mesmo a famigerada Mística, que nas HQs não passa de um personagem mais ou menos. Tudo isso em função da estrela Jennifer Lawrence. Nada contra a atriz, particularmente adoramos ela, porém empurrar a Mística goela abaixo como uma grande representante do Girl Power não dá mais. Ou seja, expectativa é zero para X-Men: Fênix Negra e a possibilidade de repetirem o erro de X-Men 3 – O Confronto final, socando personagens pra dentro do filme, e a maioria sem grandes propósitos.

A vida está cada vez mais difícil para a franquia X. Mas, certamente teremos um futuro promissor logo ali na frente com os X-Men na Marvel Studios. Há esperanças.

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