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Morte no Nilo é um entretenimento mediano com belas imagens

Adaptar um livro de Agatha Christie para o cinema não é novidade, nem tarefa fácil. Depois de Assassinato no Expresso do Oriente, chegou a vez de conferir Morte no Nilo nos cinemas.

Kenneth Branagh, o diretor do primeiro filme, segue na frente de Morte no Nilo. E, desta vez, ele precisou lidar com mais dilemas: os adiamentos da pandemia e o cancelamento de atores principais. Gal Gadot foi criticada pelos seus comentários sobre o conflito entre Israel e Palestina, Letitia Wright é antivacina e Armie Hammer está sendo investigado por estupro e por fetiche canibal depois de ter diversas mensagens vazadas no Instagram. Mas Branagh conseguiu driblar as dificuldades e entregou entretenimento.

Morte no Nilo, como uma adaptação de Agatha Christie exige, deixa o espectador preso na premissa de “Quem Matou?”. Hercule Poirot, vivido pelo próprio Kenneth Branagh, retorna e protagoniza o filme. Neste filme, ele precisa investigar um crime e lidar com seus próprios demônios pessoais.

Kenneth Branagh é o diretor e o protagonista de Morte no Nilo
Kenneth Branagh é o diretor e o protagonista de Morte no Nilo

Gal Gadot é Linnet Ridgeway, uma herdeira milionária e muito cobiçada pelos homens. Cheia de pessoas ao seu redor, fica difícil saber quem está com ela sem interesse. Sua amiga de longa data, Jacqueline de Bellefort (Emma Mackey) resolve apresentar seu noivo e pedir uma forcinha para generosa Linnet. Simon Doyle, vivido por Armie Hammer, é um bon vivant, bonito, porém sem nada no bolso. A ideia inicial de Jackie é arrumar um emprego para o noivo, mas, em poucas semanas, tudo muda e quem vira a senhora Doyle é Linnet.

A Mulher-Maravilha, Gal Gadot, preenche a tela com a sua beleza. Com as paisagens e as cores do antigo Egito, a atriz parece brilhar ainda mais. Sua atuação é boa, mas o destaque fica mesmo por conta de Emma Mackey. A estreante consegue entregar uma personagem profunda, que ama demais, sofre demais, vive demais.

Apesar do bom elenco e de boas atuações, o filme deixa a desejar em seu ritmo e no roteiro. Assinada por Michael Green, a história, que poderia ser luxuosa, fica pobre. Não existe aprofundamento nos personagens e nos acontecimentos. Além disso, o primeiro ato é muito arrastado, parece uma introdução de quase uma hora para chegar de fato nos acontecimentos.

Apesar dos deslizes, Morte no Nilo entrega aquele entretenimento pipoca, que pode ser uma boa pedida para um domingo preguiçoso. As imagens do Egito são lindas, o figurino e a trilha sonora são bem resolvidas. Faça uma pipoca, chame a família e brinque de descobrir quem matou.

Veredito da Vigilia

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