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Meu ex é um espião: o clichê reinventado | Crítica

Filmes de espiões podem dar muito certo ou muito errado, independente de serem feitos por mulheres ou homens, se são sérios ou se pendem mais para o lado da sátira. É 2018, nós já vimos várias produções nessa área, então chegou o ponto em que os filmes precisam um esforço maior para serem originais. Contudo, Meu ex é um espião trabalhou bem com os clichês.

O longa, dirigido por Susanna Fogel (Entre parceiras, 2014) que tem como protagonistas Mila Kunis (Cisne Negro, 2010) e Kate McKinnon (Caça-fantasmas: Atenda ao chamado, 2016) é uma comédia de ação, cheia de cenas de luta, perseguição, troca de tiros e explosões, exatamente o que se espera de um filme de espiões. Tudo começa quando Audrey (Mila Kunis), uma mulher de 30 anos que acabou de ser abandonada por seu namorado, Drew (Justin Theroux), tem sua casa invadida por um grupo de assassinos que estão procurando Drew. Em uma série de eventos – muito rápida e inexplicada – Audrey e sua melhor amiga Morgan (Kate McKinnon) acabam na Europa.

Sério, um filme de espiãs sem pelo menos um look brilhante não seria um filme de espiãs

Todos os clichês possíveis são abordados no decorrer do filme. Caminhando em direção a câmera com a explosão acontecendo ao fundo? Sim. Perseguições de carro por ruas minúsculas em um charmoso país da Europa? Também. Uma modelo e espião russa, ex-ginasta e que dirige uma Ferrari cromada? Tem também. Porém todos esses clichês são bem trabalhados. O que normalmente ficaria chato ou repetitivo, se mantém estável em Meu ex é um espião: o ritmo. O plot central é batido e algumas sequências de cena não fazem muito sentido, porém, o filme entrega o que ele havia prometido, uma comédia divertida e leve, sem pretensões de concorrer ao Oscar.

Uma das partes mais importantes de toda a produção é a importância das mulheres para toda a trama. Desde as vilãs e as protagonistas até a diretora responsável pela agência de espiões: todas são mulheres e, em nenhum momento, existe uma piada mal colocada ou que objetifique qualquer uma delas por isso. Inclusive, Morgan é tão feminista durante toda a história que a deixa ainda mais divertida. O filme aborda a importância de haver mulheres em posição de poder, que isso não afeta em nada a “beleza” ou “feminilidade” delas, assim como ressalta o fato de que a relação entre em mulheres pode ser de cooperação e não competição, reforçando isso a todo momento enquanto mostra a amizade entre Morgan e Audrey.

Andando como espiãs e sem olhar para trás? Tem sim.

Se você está procurando um filme divertido, leve e que não faça você ficar pensando por horas em todas as possíveis conspirações que existem no mundo depois que as luzes do cinema reascendem, acabou de encontrar ele. Meu ex é um espião estreia dia 23 de agosto nos cinemas de todo o Brasil.

Veredito da Vigilia

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