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Mayans M. C. | Crítica da 1ª temporada

A série Mayans M. C. era um compromisso certo da Vigília depois do que vimos esse ano na San Diego Comic-Con (SDCC). O universo da aclamada série Filhos da Anarquia (Sons Of Anarchy) voltou após o derradeiro destino de Jax Teller (Charlie Hunnam) e sua família/clube em dezembro de 2014. Violento, sem pudor, com um toque de comédia e muito drama, Filhos da Anarquia nos trouxe ao convívio de um clube de motociclistas, que, envolvido com diversas outras facções criminosas, tentava se desvencilhar do crime, tendo como pilar principal a família Teller-Morrow pagando por todos os pecados do passado e do presente para tentar a tal descriminalização. Com SAMCRO (Sons of Anarchy Motorcycle Club Redwood Original), Kurt Sutter (criador, que também atua como Otto) moldou a série definitiva de motocicletas, mostrando as hierarquias, regras e um clima onde a família e os amigos são o que mais importa, tanto que várias pessoas da sua família e amigos estão na série. Um conselho pra quem gosta de boas séries é adentrar nessas sete temporadas de pura violência, viradas de roteiro e personagens cativantes que certamente vão lhe partir o coração.

E é nesse universo criado e bastante realista que se passa Mayans M.C. Que é um spin-off Filhos da Anarquia. E assim como na série original, os Mayans são outro clube de motociclistas. Também envolvidos com diversos crimes, alguns até em parceria com o clube da outra série, fazendo uma interessante troca de personagens entre as produções (a participação dos Mayans em Filhos da Anarquia é bastante importante). O diferencial aqui é que Mayans tem um roteiro mais conciso, com temas bem atuais, como imigração México-EUA, pois a sede do clube fica na fictícia cidade de Santo Padre (EUA), com paralelo direto à cidade de Santa Madre, no México.

 

Tendo esse pano de fundo, posso dizer que simpatizo muito quando os diálogos são boa parte em espanhol, dando um tom bem mais real a trama. Mayans (contamos aqui o que vimos no painel na SDCC 2018) também fala bastante sobre família, no caso a família Reyes, onde Ezekiel “EZ” (JD Pardo) um jovem prodígio, se vê envolvido em um crime e, preso por isso, tem sua brilhante carreira interrompida. O FBI cruza algumas informações e o usa para chegar no coração do Mayans. Sendo assim, ele é libertado e age como infiltrado no clube/gangue. A partir daí, vemos toda a dualidade e lealdade de EZ com seu irmão Angel (Clayton Cardenas) no clube e com seu pai Felipe (o eterno Comandante Adama de Battlestar Galactica, Edward James Olmos).

Novamente temos muito envolvimento das famílias dos membros do clube, nos deixando mais apegados aos personagens incríveis criados por Sutter, assim como na série original. E um dos pontos fortes das duas séries é que Sutter escreveu bastante sobre a realidade, como as coisas devem ser, sem se preocupar com inclusões de raças, sexo, etc. (não que não exista isso), mas a preocupação é mesmo com o roteiro, sendo que os personagens parecerem estar realmente no ambiente criado. Tudo é bastante verossímil. Esse é um dos pontos positivos. Você acredita que podem ser reais: roteiro e personagens estão lá e você torce pelos “anti-heróis” e quer que os bandidos de verdade sejam punidos.

Em San Diego, durante a SDCC 2018, a série Mayans M.C. estampou a fachada inteira do Hotel Hilton . Foto: Robson Nunes

Como esperado, o primeiro episódio apresenta os personagens e um pouco da trama principal com bastante violência já de cara. E a trama vai melhorando durante a temporada (com direito a algumas participações especiais), culminando nos dois últimos episódios (ao todo são dez), sempre com muitas reviravoltas, trilha sonora southern rock (a música de abertura é incrível) e violência (mas eu já falei isso né? – risos).

Você pode assistir Mayans M.C. no canal de FOX Premium, e também via streaming no aplicativo do canal.

A Vigília Recomenda uma das séries que estará certamente entre as melhores do ano de 2018.

Éderson Nunes

@elnunes

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