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Marvel’s Agents of Shield | Crítica da 4ª temporada

Demorou, mas a Marvel Television em parceria com a ABC conseguiu nos entregar uma grande temporada de Marvel’s Agents Of Shield (ou Agentes da Shield, como preferir). Em uma trama que envolveu magia, tecnologia, ação e uma caprichada rede de intrigas, tudo culminou em fatos surpreendentes. Algumas coisas foram tão bem pensadas que até parecia que eles sabiam o que estavam fazendo desde sempre, buscando acontecimentos de temporadas anteriores e arrancando aplausos dos fãs mais assíduos. Se antes havia dúvidas quanto a série, a confirmação da quinta temporada só prova o quanto os showrunners acertaram a mão. A cada episódio era uma novidade e a vontade de saber onde tudo aquilo ia parar. Outra novidade, a próxima temporada já inicia em janeiro e não terá o famoso hiato de “mid season”.

Aida (Mallory Jansen): a vilã que você respeita!

Vamos lá. Tudo começa com a ideia de investir no Motorista Fantasma (excelente com Gabriel Luna), a versão “renovada” do Espírito da Vingança. O episódio que abriu a temporada é daqueles que nos fazem dizer “é isso que eu espero de uma série da Marvel’. Daisy fugindo dos agentes e buscando se encontrar em meio a um turbilhão de acontecimentos que encerraram de forma grandiosa a terceira temporada. Depois tivemos a apresentação do Darkhold, o livro de magia que expande o universo de Doutor Estranho (no timing do lançamento do filme) e uma sequência que tirou os Inumanos da vitrine para apresentar ainda os conflitos que teríamos com a pegada mais mística. E quando tudo conduzia para este lado, o revés veio com uma trama mais tecnológica amparada na criação de Aida (Artificial Intelligence Data Analyser), interpretada por Mallory Jansen, e criada pelo cientista Holden Radcliffe (John Hannah). Apesar das adaptações de Aida, ela acabou sendo uma das melhores vilãs até agora, assustando até mesmo mais do que o grandioso Ultron de Vingadores: A Era de Ultron (Joss Whedon, 2015).

 

A partir de Aida fomos jogados a uma nova trama que fugiu a proposta inicial e mergulhou na ~Matrix~, literalmente, e uma das jogadas mais clássicas dos quadrinhos dos anos 80 e 90, quando a Shield tinha sempre um robô para assumir o papel de Nick Fury. Nesse caso não temos o Nick Fury, mas muitos suportes de inteligência artificial assumindo os papéis dos agentes em geral. A função dos agentes duplos e o plot twist de ninguém mais ser quem eles realmente são funcionou muito bem. Parece confuso, mas foi ótimo. E tudo ainda foi ampliado com a criação do Framework. Aí sim é Matrix total. Aida se mostrou uma inteligência tão impressionante que foi capaz de recriar um mundo “perfeito” ao seu modo de operar. Tudo sempre com a razão de “defender” a vida na terra. A filosofia e a metáfora funcionam até o ponto de que seu desenvolvimento se equipara a Ultron. Somente com a destruição dos humanos teremos um mundo perfeito. A clássica utopia. Então ela mesma se encarrega de destruir o único que pode intervir nessa função, o seu próprio criador.

Chloe Bennet é Skye/Daisy Johnson/ Tremor

Tudo parece ruir. Essa noção causada na série nos leva a pensar que realmente dessa vez não há escapatória para os Agentes da Shield. Seus principais membros são aprisionados no Framework, onde muito provavelmente vão morrer. E o pior de tudo, morrerão imaginando que vivem em uma realidade perfeita, onde a Hydra domina por completo. Seus cabeças são a Madame Hydra (aka Aida) e Leo Fitz (Iain De Caestecker)! E aí começa a saga Agentes da Hydra, um dos maiores acertos da série até hoje. Lembra da magia e do mundo místico? Sim, ele continuava lá desde então, em um belo parênteses da temporada, Aida usa da magia para tornar-se realmente humana. Mas não uma humana normal. Ela é agora também um ser mágico graças ao Darkhold e o uso da tecnologia desenvolvida por Fitz. Pode piorar? Pode. Fitz e Aida estão apaixonados e Jemma sequer existe naquela realidade. Pode piorar? Pode. O Motorista Fantasma, único com poderes místicos equivalentes, se esvaiu lá no início da temporada ao tentar resgatar o livro da sombras. Tudo está nas mãos de Daisy/Tremor (Chloe Bennet)  e Jemma (Elizabeth Henstridge), que entram no Framework para descobrirem onde estão seus verdadeiros amigos. Elas lutam contra o tempo no mundo real e no mundo virtual, enquanto Yo yo (Natalia Cordova-Buckley) precisa vigiá-las. Trazer todos de volta não será uma tarefa fácil.

No mundo virtual, aparentemente tudo joga contra. E Daisy/Tremor acorda em um verdadeiro pesadelo, onde vive com seu namorado. Ninguém menos que Grant Ward (Brett Dalton). Pra piorar, ambos trabalham pra Hydra. Jemma ressurge de uma forma ainda mais aleatória. Ela está morta no Framework e precisa novamente escapar de uma cova rasa. Phill Coulson (Clark Gregg) é um professor de história do High School e aparentemente também defende os interesses da Hydra, onde May (Ming-Na Wen) também é uma líder. No Framework, todas as ações que conhecíamos de temporadas passadas sofreram decisões diferentes, o que impactou diretamente no mundo que conhecemos. Loucura é pouco, e foi essa total inversão de rotas que fez a magia da temporada. O resgate de Ward e até de Antoine Triplett (B.J. Britt) deram aquele tempero ainda mais especial.

Jemma e Ward amigos novamente?

Não vamos estragar a surpresa do final, mas, realmente chegamos a uma temporada que podemos dizer “era isso que a série precisava”. Pra quem acompanha desde a primeira temporada a sensação é de que Agents Of Shield é como o vinho: melhora com o tempo. E se você largou a série na primeira temporada, seria legal “resetar” e começar de novo.

Agents Of Shield volta em janeiro!

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