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Mangás brasileiros premiados no Japão marcam presença na CCXP19

Os mangás brasileiros Lend a Hand e Romaria, premiados no Japão, estão figurando na ala Artists’ Alley na CCXP19. 

O primeiro, criado por Max Andrade, venceu o Silent Manga Audition, concurso que premia histórias sem fala para que pessoas do mundo todo possam ler sem a necessidade de tradução. Após participar de algumas edições, batizadas de “rounds”, Andrade foi premiado na categoria Grand Prix Runner-Up em 2016 em um round extra. Como resultado, o quadrinista teve sua história publicada originalmente online e impressa na coletânea Mute Print. O artista relembra a premiação como um ponto de virada em sua carreira: “muita gente vem na mesa e diz ‘você é o do Silent Mangá Audition’. Até o embaixador do Japão no Brasil me reconheceu”.

Como parte da premiação, Andrade foi convidado pela editora a visitá-los no Japão, fazendo parte de um grupo composto por vencedores do SMA. Nessas viagens, o autor conheceu Nobuhiko Horie, editor-chefe da Weekly Shonen Jump, principal revista que publica grandes séries como Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco e Naruto, e também foi apresentado a autores consagrados como ONE, de One Punch-Man. Essa experiência impulsionou sua carreira a ponto de despertar o interesse de editoras como a Draco, que publicou o mangá Tools Challenge, série em seis volumes que anos depois venceria o Troféu HQ Mix, tradicional premiação brasileira de quadrinhos.

Max Andrade , criador de Lend a Hand

O segundo mangá citado, Romaria, de Jun Sugiyama e Alexandre Carvalho é ambientada em um sertão fantástico com referência de grandes obras japonesas. A obra venceu a categoria bronze no International Mangá Awards, concurso promovido pelo Ministério de Relações Exteriores do Japão. Além de se inspirar em clássicos como Nausicaä do Vale do Vento, de Hayao Miyazaki, a obra tem fortes raízes na cultura nacional. Carvalho relembra ter consultado uma exposição sobre a vida do sertão mineiro durante a produção da história: “roupa de couro, carranca de pedra, punhais e espingardas… essa parte que cabe aos vaqueiros é a principal inspiração para construir os concept arts dos personagens”.

Sugiyama relembra que o anúncio do prêmio foi uma nova página para a carreira da dupla. “[O mangá] foi divulgado em sites especializados e abriu muitos contatos. Deu muita visibilidade aos quadrinhos”. Essa exposição, infelizmente, é causada também pela falta de informação a respeito desses espaços. “Tem muito artista bom produzindo mangá aqui no Brasil e às vezes não encontra lugares de prestígio adequados simplesmente porque não sabem para onde enviar seu material”. E por fim exaltou a importância de participar dessas competições: “ganhando ou não, é uma possibilidade excelente de ser avaliado por pessoas de nome grande no Japão”.

Jun Sugiyama e Alexandre Carvalho são os idealizadores de Romaria

Max Andrade está na mesa E39, enquanto Alexandre Carvalho e Jun Sugiyama estão na mesa G25 e 26 do Artists’ Alley na CCXP19.

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