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Lutadores utilizam cadeia como ringue em Baki: Son of Ogre

No dia 30 de setembro, os lutadores e os combates mais ‘sem noção’ do mundo atual dos animes voltaram a dar as caras com a estreia de Baki: Son of Ogre (Baki Hanma). Com 12 episódios, a série continua melhorando depois de sua última temporada (O Grande Torneio Raitai), tanto no aspecto de roteiro quanto no aumento, mesmo que de maneira gradual, do tempo de tela de seu protagonista, que até o momento, estava devendo uma luta descente para os fãs da série.

Com a promessa do grande embate entre Baki Hanma e seu pai Yujiro Hanma, o novo ano do anime constrói toda uma atmosfera logo no início, quando nos é apresentada uma demonstração de força de cada um. Primeiro, como Yujiro derrotando facilmente um elefante-africano, que havia matado inúmeros militares que tentavam capturá-lo. Depois, vemos Baki treinando para a grande luta, utilizando a técnica “Boxe Sombra”, que aqui é retratado de um jeito forçado, com direito a disputa contra um Louva-a-Deus de 100 quilos (coisas que, se você já acompanha o anime, está bem acostumado). 

Baki vs Louva-a-Deus de 100 quilos

Após essa expectativa gerada, o nosso protagonista percebe que precisa treinar mais e com os melhores. Para isso, ele recorre a um antigo conhecido do público. O excêntrico Oliva Biscuit, vulgo “O Indomável”. O brutamontes está “preso” na penitenciária de Segurança Máxima do Arizona. Para chegar até o cara, Baki dá um “jeitinho” de ser preso. Ao chegar na cadeia, somos apresentados a um lutador tão ou mais forte do que Oliva: J. Guevaru. 

Baki e Oliva medem forças para saber quem é o prisioneiro mais forte

Assim como em temporadas anteriores, quando tivemos homenagens à lutadores, celebridades e figuras históricas, aqui nitidamente vemos uma referência a Che Guevara. No anime, Guevaru, ou “O Segundo”,  é presidente, ex-pirata e um artista marcial excepcional, fazendo com que todos esses elementos compunham um personagem interessante, que com certeza veremos mais dele no futuro. Porém, ele não é o único a ser homenageado. Fique atento aos nomes e cargos de outras figuras que aparecem durante os episódios. 

Presidente, ex-pirata e lutador: J. Guevaru

Por mais que eu ainda queira ver mais Baki em “frente as câmeras”, entendo que os coadjuvantes do anime mereçam ter as suas camadas exploradas, principalmente para mensurarmos as forças entre os oponentes. No quesito animação, a série é muito boa, os detalhes de musculatura já não estranham tanto aos olhos quanto no início, bem como a sua coloração, que é espetacular. As explicações históricas e científicas são a minha parte preferida, sempre elevando as batalhas, para que elas não fiquem apenas classificadas como lutas absurdamente exageradas. Saber o que acontece com o corpo humano durante um sangramento ou como eram as disputas pela honra em séculos passados dá um toque especial à Baki: Son of Ogre.

Ninguém é páreo para Yujiro

Baki, o anime que ficou marcado pelo absurdo em suas primeira temporadas, agora está evoluindo a cada novo arco, se permitindo reduzir o ritmo frenético de antes, para encorpar a trama e criar a tensão do verdadeiro conflito de toda a história, o confronto entre pai e filho. Uma motivação tão presente em livros, filmes e séries, enfrentar aquele que nos colocou no mundo é praticamente um teste sobre estar ou não, pronto para caminhar com as próprias pernas ao invés de apenas dar continuidade a um legado já pré-estabelecido. 

Veredito da Vigilia

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