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Lupin: superprodução renova o conto do ladrão cavalheiro

Lupin, nova série da Netflix, estreia no dia 8 de janeiro resgatando um clássico da literatura popular da França de forma muito competente. A produção, não por acaso toda francesa, traz o astro Omar Sy (Os Intocáveis, Uma Família de Dois, X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido) como Assane Diop, um ladrão cheio de carisma que se baseia nas aventuras de Arsène Lupin – O Ladrão de Casaca, obra de Maurice Leblanc de 1905, que conta a história de um ladrão cavalheiro, mestre dos disfarces, personagem icônico na Europa e que já ganhou adaptações na TV e no cinema. Além das particularidades que transformaram Arsène Lupin em uma figura comparada a Sherlock Holmes, ele agrega qualidades de Robin Hood, roubando de ricos que acumulam fortuna de forma suspeita. Com essa essência, entramos em uma trama bem atual, cativante e com várias reviravoltas.

Lupin é uma série criada por George Kay, que trabalhou como roteirista em Killing Eve e Criminal (temporadas Reino Unido, Alemanha, Espanha e França). A produção abre sua primeira parte – que tem cinco episódios – com um excelente piloto dirigido pelo experiente Louis Leterrier (O Incrível Hulk, Carga Explosiva, O Cristal Encantado: A Era da Resistência). Em um belo espetáculo no estilo 11 Homens e um Segredo, vemos o roubo de um colar histórico, o estopim de toda a vingança bolada por Diop (Sy), que perdeu o pai ainda na adolescência depois dele ser preso por um crime que não cometeu. Mesclando nuances de filmes de espionagem, policial e até mesmo com um drama familiar eficaz, Lupin é uma grata surpresa para este início de ano. E tudo começa com o Museu do Louvre como pano de fundo. Todos os ingredientes dessa receita são de excelente qualidade.

Louis Leterrier e Omar Sy: só essa dupla já vale a série

Como se pode imaginar, Omar Sy carrega a história nas costas. Mas isso não tira os méritos do elenco de apoio, que também é muito bom, com inimigos claramente marcados, além de coadjuvantes que vão surgindo conforme a história é contada. Destaque para Pellegrini, o empresário falcatrua vivido por Hervé Pierre, que vai te deixar com raiva a cada passo dado pelo nosso “ladrão-herói”.

A narrativa de Lupin se ampara em flashbacks que contam o passado do protagonista e de toda a família envolvida na morte do seu pai. O mistério é claro, vai se esclarecendo pouco a pouco, mas é mantido até o final, com o tradicional cliffhanger. Informações não oficiais dão conta que teremos a segunda parte com mais dois capítulos, totalizando uma temporada completa com sete, o que é um atrativo importante, pois não teremos fillers ou grandes barrigas em todo o arco de Diop.

O episódio piloto é uma excelente carta de apresentação

Lupin cativa também pelos truques usados pelo protagonista, que, querendo ou não, está sempre dando um jeito de contornar os problemas, mesmo que eles sejam criados por ele mesmo. Diop abusa até mesmo de truques de mágica para despistar ou chegar ao seu objetivo: provar a inocência do falecido pai. A missão, é claro, só chegará ao fim após uma longa jornada e uma verdadeira gincana para a polícia francesa. Mas esse final ainda é uma incógnita. Vamos ter que esperar com ansiedade pelo desfecho dessa deliciosa trama.

Até lá, seguirei recomendando! Você pode assistir Lupin em netflix.com/Lupin

Veredito da Vigilia

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