CríticaOpiniãoSériesTelevisão

Lupin: segunda parte da série é ainda mais movimentada

Tão logo estreou em janeiro, falei por aqui, que Lupin era uma série acima da média, e na ocasião, imperdível. E a segunda parte, que estreou no último dia 11 de junho, comprovou ainda mais essa constatação. De quebra – aqueles que já assistiram já sabem – também teremos uma terceira etapa, que deve chegar ainda este ano. A série de Assane Diop (Omar Sy) um ladrão de casacas que busca vingança do milionário (também bandido) Pellegrini (Hérve Pierre) que incriminou seu pai injustamente, o levando a morte, agora segue ainda mais intensa, e claro, de onde paramos, com o sequestro de seu filho Raol (Etan Simon).

Dinâmica em seus cinco capítulos (assim como na primeira parte), a experiência com o formato dividido em “partes” e não teoricamente “temporadas” parece um acerto da Netflix. Mesmo que jogue todos os episódios de uma só vez ao catálogo, ela faz com que o barulho da produção siga reverberando, algo que a Disney vem fazendo muito bem com as estreias semanais de suas principais produções. E claro, Omar Sy segue dando seu espetáculo de carisma, mesclando um Robin Hood com Sherlock Holmes, com uma pitada de Mandrake. E o espectador, junto dele, vai vibrando a cada pequena vitória que ele impõe aos adversários e sua escalada de vingança, que ganha proporções exponenciais a cada novo fato que a história nos apresenta. Mesmo que ele precise usar recursos que preencham um capítulo inteiro só para colocar a parte principal de seu plano em andamento, Lupin acaba sendo um deleite de aventura e tensão a cada episódio.

Lupin Pellegrini
Hérge Pierre é Pellegrini, o antagonista perfeito para Assane Diop (Omar Sy)

Nesta segunda parte, continuamos com o revezamento da história atual com os flashbacks do passado, que, de forma muito competente, vão nos dando outros tons para a personalidade de Diop, explicando como ele trabalha, quais são seus sentimentos e entendimentos de vida, e como ele formou seu núcleo de amizades. E claro, como ele enfrentou as dificuldades de uma infância pobre após a morte injusta de seu pai. Cada passo que damos faz sentido e não há enrolações por aqui. Tudo é construído com muita inteligência e intensidade, fazendo com que a “maratona” seja muito prazerosa. Destaque também para os coadjuvantes, que agora, ganham ainda mais importância na trama e nos planos de Diop, entre eles o policial Youssef Guedira (Soufiane Guerrab), em mais um paralelo com as histórias de Arsene Lupin, e Benjamin Ferel (Antoine Gouy).

lupin Omar Sy Antoine Gouy
Assane Diop (Omar Sy) e seu amigo de todas as horas, Benjamin (Antoine Gouy)

Caso você ainda não tenha se arriscado (um erro!) fica aqui novamente a minha recomendação por Lupin. A série, criada por George Kay (Criminal, Killing Eve) em colaboração com François Uzan, é um daqueles respiros importantes, com um enredo empolgante, cenários incríveis (todo rodado na França), e caprichado em todos os quesitos técnicos. Entretenimento da melhor qualidade. Quem acompanhou as duas primeiras partes, assim como eu, já está ansioso pela terceira. Parabéns aos envolvidos!

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *