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Lulli reforça a falta de carisma e a imaturidade de Larissa Manoela

Uma personagem de filme adolescente que consegue ler mentes não é nenhuma novidade para o cinema. Afinal, já no primeiro filme do Crepúsculo acostumamos com Edward (Robert Pattinson, nosso futuro Batman) fazendo isso. Agora em Lulli, novo filme da Netflix, protagonizado por Larissa Manoela, a personagem título do longa recebe o mesmo dom depois de um acidente.

Larissa Manoela completou 21 anos no dia 28 de dezembro, dias após lançar Lulli e deixou seu público chocado com a suposta cena de sexo da personagem (que admito que levei tempo até lembrar qual cena seria essa, enfim…). E essa polêmica mostra como Larissa Manoela e seu público precisam amadurecer. A atriz ainda é muito inconstante em seu trabalho, fazendo uma interpretação muito abaixo do que se espera para uma protagonista. Inclusive, é preocupante o que Larissa pode apresentar em Além da Ilusão, novela que vai estrelar na Rede Globo em 2022. Evidentemente, neste meio ela ainda terá a oportunidade para evoluir.

Larissa foi uma estrela mirim muito conhecida e fez muito sucesso, mas precisava focar seu tempo e sua energia para estudar interpretação, já que faz tanto sucesso entre o público. Lulli é uma personagem rasa. Antipática. Dificilmente existe alguma forma de se conectar com ela, apesar de ser uma personagem facilmente “gostável”, se fosse interpretada por outra atriz, mais carismática. Uma estudante de medicina de origem humilde, que perdeu o pai muito jovem, ajuda sua mãe boleira, que precisa sair antes de amanhecer para poder estudar. Se fosse interpretada por uma atriz mais carismática, Lulli ia levar o público às lágrimas. Mas tudo que Larissa consegue fazer é com que o espectador revire os olhos.

Se o carisma é questionável, seu caráter é condenável mesmo. Decidiu enganar o namorado, contou o segredo do melhor amigo, teve uma crise de ciúmes ridícula e ainda se mostrou extremamente egoísta. Precisou levar um choque – literalmente – para cair na real e se tornar alguém mais humana e amável.

Lulli é uma personagem sem carisma graças a Larissa Manoela
Lulli é uma personagem sem carisma graças a Larissa Manoela

Todos os clichês do filme são aceitáveis para um filme adolescente. Afinal, ele tinha tudo para ser um filme daqueles confortáveis, sem grandes pretensões, mas que nos deixa com um sorriso quando os créditos sobem. É um filme de redenção de personagem, solar e com músicas animadas. Mas Lulli é uma personagem tão desagradável que nada salva. Ela é irresponsável, egoísta e incapaz de escutar qualquer pessoa.

O roteiro de Thalita Rebouças parece querer abordar muitos assuntos e acaba deixando todos sem grande profundidade. Tudo é passado de forma rápida e rasa. O conflito dos amigos com a sexualidade, com os pais, com a profissão. Todos esses dilemas dariam bons personagens, mas todos que aparecem servem de acessório para Lulli encontrar sua redenção, que aliás, é questionável. Ela diz odiar o poder de escutar as pessoas, mas o filme não consegue mostrar como o poder, de fato, atrapalha ela, já que ela só descobre coisas boas com ele.

Se esse era para ser o filme de reviravolta de Larissa Manoela, o objetivo falhou. A cena de sexo, a vida de universitária e todos os conflitos de Lulli não conseguiram consagrar Larissa em sua nova fase. Não é possível saber se é uma falta de interesse da atriz ou imaturidade, mas ela precisa de muito mais do que isso para se consagrar como uma atriz mediana.

Veredito da Vigilia

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