Liam Neeson foca na ação (pra variar) em Missão Resgate
Aos 69 anos de idade, Liam Neeson (Busca Implacável, O Passageiro, Legado Explosivo, Star Wars: A Ameaça Fantasma) segue sua sina e sua obsessão por filmes de ação (na dita Melhor Idade). Em Missão Resgate (The Ice Road), que estreia nos cinemas brasileiros no dia 2 de dezembro, o veterano dos filmes de pancadaria e perseguições faz como todo grande camisa 10 em “final de carreira”. Ele vai só no atalho, deixando os pontapés e socos apenas para o final, valorizando outros elementos conduzam as cenas empolgantes. Nesse caso em específico, os caminhões.
No filme de Jonathan Hensleigh (O Justiceiro, de 2004 com Thomas Jane e John Travolta), que também conta com a participação de Laurence Fishburne, um grupo de mineiros na América do Norte, mais especificamente em Manitoba, no Canadá, se envolvem em um acidente, quando os níveis de Metano extrapolam, causando uma explosão, que deixa um grupo de 26 pessoas presas na mina Katka. É aí que Jin Goldenroad (Fishburne), perito em segurança de mineração, reúne uma equipe para levar um contentor de gás para a mina. Dentre os membros escalados para a missão estão Mike McCann (Neeson), um caminhoneiro, que em oito anos já teve onze empregos devido a condição de seu irmão, Gurty (Marcus Thomas), um ex-militar que possui deficiência cognitiva graças aos horrores da guerra e por isso é sempre demitido, levando Mike consigo. Completam o time a indígena Tantoo (Amber Midthunder) e o funcionário da mineradora Tom Varney (Benjamin Walker).
Com três caminhões, com cada um levando um contentor de gás, a equipe parte para resgatar os mineradores. O problema é que terão de passar pelas temidas estradas de gelo, que possuem menos de 75 cm de espessura, uma vez que são, na verdade, pura água congelada. Prepare-se para ficar agoniado a cada quilômetro percorrido durante o filme.
Missão Resgate possui uma ação focada, primeiramente, nos obstáculos que a natureza pode proporcionar durante o mês de abril na América do Norte. Do meio para o final, foi uma boa sacada optar por concentrar grande parte da ação na boleia do caminhão (no maior estilo Carga Pesada). Temos até cenas de luta dentro do veículo, o que foi uma ótima ideia para Liam Neeson, que, mesmo com quase 70 anos de idade, teima em fazer longas de ação.
Temos também espaço para plot-twists interessantes e até mesmo críticas sociais, como o desrespeito que alguns ex-militares sofrem, principalmente quando vão procurar por auxílio médico. Outro assunto abordado, utilizando a personagem Tantoo como porta-voz, é o roubo das terras indígenas e de como eles não são vistos como os verdadeiros donos dos locais que foram tomados à força. Completa a lista a exploração dos trabalhadores em minas e de como eles precisam se sujeitar para ter o mínimo de dignidade ou até mesmo um salário justo.
Missão Resgate tem boas discussões sociais, com uma ação claustrofóbica e um Liam Neeson bem humano, sem aquele estereótipo de “herói disfarçado de civil”. Os cenários gelados e pálidos, contrastando com os caminhões coloridos e suas luzes nas tomadas noturnas, bem como a aurora boreal, que dá as caras uma vez e outra, dão uma variada nos takes habituais que estamos acostumados a ver nos filmes de ação.
Assim como qualquer outro filme de Liam Neeson, a Vigília Recomenda!