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Legion | Review da 1ª temporada

A mente é algo incrível, não? Embora a evolução científica já tenha nos dado diversas melhorias e descobertas em território mental/cerebral, há um infinito de possibilidades pela frente. Mas o que raios isso tem a ver com a série Legion (Legião), do mutante, filho do Professor Xavier, desenvolvida em parceria pela Fox e pela Marvel?

Tudo! Legion é uma psicodelia total. É fora da caixa, e é, incrivelmente única. Não há precedentes para o que os produtores conseguiram fazer nesta série. Nos oito episódios da primeira temporada é complicado de saber se estamos no mundo real ou dentro da mente de David Haller (Dan Stevens de A Bela e a Fera). David é mutante, filho do maior telepata do planeta (temos uma quase aparição dele), e isso quer dizer que ele também é muito poderoso. E pra melhorar David é esquizofrênico, tem múltiplas personalidades (cada uma com um poder mutante diferente, pra quem viu, é quase um Fragmentado dos quadrinhos, embora o personagem tenha sido criado muitos anos antes do novo longa de M. Night Shyamalan e suas formas de manifestação não sejam somente no mundo real).

E são essas múltiplas personalidades que dão o tom para a série. De posse dessa informação, não sabemos quem é real, quem é uma personalidade de David, se estamos no presente, no passado, se estamos na clínica psiquiátrica, se estamos vendo o que David vê ou que outra pessoa vê. É muito confuso, precisamos admitir. Inclusive, é necessária uma dedicação extra por parte dos espectadores. Mas é tudo muito bem produzido e graficamente lindo. A série tem um capricho e uma linguagem muito particulares. As cores se sobressaem e os efeitos são incríveis para uma série de TV, além das referências ao universo mutante da Marvel. Não há como não se deslumbrar com tudo isso. E é essa produção, que apesar de te deixar meio perdido, te dá vontade de continuar e tentar entender toda essa bagunça mental. Inclusive, em um dos episódios finais a produção se dedica a lhe explicar tudo o que acontece, te colocando em uma sala de aula com direito a quadro negro e tudo.

Não entendeu? David (Dan Stevens) tenta explicar

Dan Stevens está ótimo no papel principal e oscila entre suas expressões uma cara preparada de esquizofrênico (ou maluco se preferir) e confuso, assim como pode parecer um grande líder e absolutamente consciente de que com seus poderes ele é quase um deus. Junto com Aubrey Plaza (saída de um filme do Tim Burton) que vive Lenny, uma das personalidades de David (sem muito spoiler) e a bela Rachel Keller que interpreta Syd (Barrett, uma clara referência ao mentor da psicodelia do Pink Floyd, afinal, o negócio aqui é psicodelia) eles são a parte principal do grande elenco da série que é co-escrita por ninguém menos que Bill Sienkiewicz – que junto da Vigília vai estar na CCXP Tour – e Chris Claremont, os criadores de Legião (Legion) que estreou na revista New Mutants #25 de março de 1985. O personagem, apesar de muito poderoso, foi sempre um problema pra turminha do “X” e nunca foi do primeiro escalão. Por sua vez,  suas histórias (não generalizar por favor) também nunca foram tão cativantes.

O vilão da temporada também é bem conhecido dos fãs mutantes. Palmas para o produtor e escritor Noah Hawley que conseguiu unir Jeph Loeb da Marvel TV e  Brian Singer e a galera da FOX para conversar e trouxe aqui uma baita série (de um personagem mediano) com um grande apelo visual. Deixe a psicodelia musical de Pink Floyd, Rolling Stones, David Bowie te acompanhar nessa maratona!

Legion já foi renovada e teremos uma segunda temporada. Será que teremos alguma participação especial do mundo mutante? As lacunas ainda precisam ser preenchidas.

E você, também achou a série muito louca? Deixe nos comentários!

A playlist é ótima também. Aumente o som e boa viagem.

P.S.: Atenção na cena pós-créditos no último episódio!

Éderson Nunes

@elnunes

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