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King’s Man: A Origem é um prequel que não acrescenta e não empolga

Após sofrer com os adiamentos da Covid-19, o prequel da franquia Kingsman chegou e, infelizmente, não deve fazer muito barulho. Afinal, King’s Man: A Origem é um filme esquecível e nada empolgante. Previsto para o final de 2019, vai chegar aos cinemas apenas dia 6 de janeiro de 2022 (atualização: o filme agora também já está disponível no Star+).

Chegando em uma época ruim, já que os cinemas em peso exibem concorrentes como Matrix Resurrections e Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, dificilmente o longa vai conseguir reviver a franquia, o que parece ser o grande objetivo do filme. Mas, tirando os fãs, o público em geral deve passar batido pelo novo título. Não existe nenhum ‘chamarisco’ para que novos fãs se juntem aos antigos da trilogia.

Sem dúvidas, Ralph Fiennes é o ponto alto do longa do diretor Matthew Vaughn. É uma excelente performance do intérprete do nosso Lord Voldemort da franquia Harry Potter. A relação com o filho, os acontecimentos tristes da sua vida e a criação da agência fazem com que o espectador crie empatia com o personagem. Mas, a história da agência de espionagem criada por ele é somente contada no último ato do filme.

Tecnicamente, King’s Man é um filme correto. Com muitas cenas de ação que não empolgam o suficiente e uma luxuosa construção do mundo na época da Primeira Guerra Mundial. Apesar de tudo isso, o filme, na prática, não agrega. Não conta uma grande história e repete muitos e muitos formatos dos primeiros dois filmes. Nem a tentativa de transformar uma situação em comédia é bem resolvida. Passagens trágicas da história não merecem virar piada.

Matthew Vaugh é um bom diretor, que conseguiu juntar um bom elenco para fazer uma sequência com bastante investimento. Contudo, a impressão que ficamos é de que esse não era um filme necessário. Parece um longa para cumprir tabela. É possivelmente o filme menos inspirado de sua carreira, que já nos garantiu muita diversão em KickAss e X-Men: Primeira Classe. Não é um filme ruim, mas falta algum tipo de espírito nele. Falta sedução, falta empolgação, falta tesão. O plot-twist realmente é inesperado, mas a construção do vai e volta do filme é tão confusa que até mesmo isso fica meio perdido.

O mais interessante desse novo filme é a representação do carinho entre homens, sem masculinidade tóxica e com muito afeto. King’s Man mostra que homens podem sentir, chorar, sofrer, ter as suas inseguranças e falar sobre elas. Além disso, a relação de Oxford com seu filho, de superproteção é uma temática que deveria ser cada vez mais debatida e é explorada de forma ampla no filme.

King’s Man: A Origem poderia se dar melhor se fosse lançado diretamente em algum serviço de streaming, para quem gosta de longas de guerra e boa fotografia. Na verdade, até mesmo a Disney não parece tão interessada em divulgar um projeto que era da finada 20th Century Fox. Vai passar batido.

Veredito da Vigilia

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