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Justiceiras, da Netflix, é absurdamente divertido

O novo filme teen Justiceiras, da Netflix, traz Camila Mendes, de Riverdale, e Maya Hawke, de Stranger Things, como protagonistas e “melhores amigas” em busca de vingança. É aquele tipo de filme que vale a pena acompanhar até o final, por mais que tudo pareça só mais uma novelona adolescente. Conforme ele avança, o filme vai crescendo e divertindo, e, ao mesmo tempo, sempre escalando no quesito do absurdo.

O plot traz a história de Drea Torres (Camila), uma jovem bolsista em uma escola particular de alta classe em Miami, que parece ser a queridinha da escola, com a vida perfeita, um futuro arranjado em uma faculdade importante, namorando o garoto mais popular e amiga das meninas mais descoladas. Logo, claro, tudo vai por água abaixo quando um vídeo íntimo de Drea é vazado e por ela acabar dando um soco no tal namorado popular (Austin Abrams, o Ethan, de Euphoria).

Drea perde o apoio de todos e acaba sozinha durante o recesso escolar de verão. É aí que ela conhece Eleanor (Maya), uma novata que tem um passado delicado com uma das alunas de sua nova escola. Juntas elas decidem criar um plano elaborado de vingança, em que uma busca destruir o “oponente” da outra, já que ninguém mais sabe que elas se conhecem.

Justiceiras, no inglês “Do Revenge” (algo como “Faça Vingança” em tradução livre) bebe na fonte de vários clássicos adolescentes dos anos 1990 e 2000, com looks claramente  inspirados em “Patricinhas de Beverly Hills” (1995), por exemplo. Já o lado mais bizarro da trama, a questão da vingança, nos traz a rainha da alta classe vingativa (e também matadora de vampiros), Sarah Michelle Gellar, como diretora da escola. “Segundas Intenções” (1999) (filme estrelado por Sarah), também deve ter entrado no hall das inspirações para o longa (e já fica a dica para quem não viu, conferir esse filmão, que conta ainda com o ex-casal Ryan Phillipe e Reese Witherspoon).

Além disso, o longa da Netflix conta com um visual bem competente. Desde a escolha dos figurinos, aos cenários e aos takes que nos levam para dentro de uma Miami de alta sociedade. A fotografia do filme é também um destaque a se considerar.

Quanto às atuações, confesso que torci um pouco o nariz no início do filme. A Drea de Camila me  pareceu muito similar com a sua personagem em Riverdale, Veronica Lodge. Já nos primeiros minutos da trama, pensei que isso viria a ser um problema, mas com o desenrolar da história, acaba não sendo, por conta dos desafios e situações a que Drea é exposta. A similaridade existe sim, mas a química entre Camila e Maya acaba se sobressaindo.

Vai dizer que a estética de "Justiceiras" não te parece familiar?
Vai dizer que a estética de “Justiceiras” não te parece familiar?

Falando em Maya, a atriz se mostra, cada vez mais, ser um verdadeiro xerox de sua mãe, Uma Thurman, no melhor sentido possível. Ela nos entregou Eleanor, uma garota lésbica e sem amigos, com uma atuação convincente e com várias nuances, mostrando que até pode ser uma “nepotism baby” (bebê do nepotismo, termo usado para filhos de famosos que se inserem na indústria), mas que não lhe falta talento e carisma nas telas. Que sua carreira seja longa, Maya!

A série aproveita para expor algumas práticas ridículas de uma alta sociedade que não precisa se preocupar com muita coisa. Por mais que pensemos “ah, isso é coisa de filme”, na verdade sabemos que o que não falta por aí é ricaço sem noção de realidade. Justiceiras aproveita isso para fazer com que simpatizemos mais e mais com as protagonistas, que, por mais que façam coisas absurdas, parecem realmente ter razão.

O longa ainda conta com outros rostos conhecidos, como Rish Shah, que interpreta Russ, um par romântico de Drea, que vimos recentemente como Kamram em Miss Marvel. Além dele, ainda temos Alisha Boe, a Jessica de 13 Reasons Why, que interpreta aqui a Queen Bee/Rainha Abelha Tara.

Uma participação especial que merece uma notinha aqui é a de Sophie Turner, a nossa Rainha do Norte Sansa Stark (de Game of Thrones), que aparece em três momentos do filme, mas que entregou muito com a sua atuação de uma menina malvada que acaba recebendo também um pouco da vingança de Drea Torres. Queremos mais Sophie nas telas!

Adicione tudo isso a algumas pitadas de romance, com referências de outros vários longas e com um ótimo plot twist e temos Justiceiras, um filme divertido, mas que não revoluciona (e não precisa) o gênero.

Veredito da Vigilia

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