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John Wick 3: Parabellum é a perfeição dos filmes de ação | Crítica

É difícil não sair da sessão de John Wick 3: Parabellum sem a sensação de estar plenamente contemplado com um excelente filme de ação. Simples assim. Desde “De Volta ao Jogo (2014)” e “John Wick: Um Novo Dia Para Matar (2017)” estamos diante de uma franquia que se mostra consistente o bastante para, a cada filme, conquistar mais e mais fãs. O diretor Chad Stahelski, que cunhou sua carreira com coreografias e cenas de ação com dublês, soube como poucos criar um cenário (pra não dizer universo) e um cânone ao redor de um personagem que aponta para os maiores clichês dos filmes de ação dos anos 80. A diferença é que ele se utiliza da modernidade e efeitos (quase todos práticos) feitos para o cinema dos anos atuais. Usa sutilezas de roteiro que ao invés de aprofundar apenas sugerem, o bastante para conduzir a trama para onde quer que ele queira. O resultado é um Keanu Reeves, assim como seu personagem, também de volta ao jogo, e um respiro importante para os longas deste gênero. John Wick já se consolida como um grande mito das novas gerações. Lembram das piadas com Chuck Norris? Pois John Wick caminha lado a lado dele, e da melhor forma. O que Norris fazia de camiseta e bermuda, Wick entrega com um elegante terno e gravata.

Se você chegou agora em John Wick: Parabellum, não tem problema nenhum. Só o que você precisa saber é que mataram a mulher dele e seu cachorro. Ah, e também destruíram seu carro. E é este senso de vingança que perpassa os três filmes. O interessante em Parabellum é que temos a real noção de tempo entre o primeiro filme e o último. Se passaram apenas três semanas. É o tempo em que a vida de Jonathan virou de ponta cabeças. Agora é importante relembrar: no último filme terminamos com um gancho incrível, onde basicamente todos os assassinos de aluguel da Alta Cúpula estão prestes a caçá-lo. O barco da loucura não atraca no porto dos limites em John Wick.

Keanu Reeves e Anjelica Huston, violência como arte

Com isso, já começamos John Wick 3: Parabellum com um ritmo alucinante e lutas bem fortes. A crueza impera e tudo que for possível vira uma arma na mão do maior assassino de aluguel de todos os tempos. Neste caso, ele começa tudo com um livro. Depois, a caixa de check lists de cenas marcantes vai se completando com: lutas com facas, lutas com armas, tiros na cabeça (e haja head-shots!), brigas com cavalos, perseguições com motos, lutas mano a mano, combos com a nova parceira Sofia (Halle Barry), que também tem dois cães (as referências ficam óbvias), e um desfecho com mais reviravoltas.

Halle Barry é Sofia, e assim como John Wick, ela ama cães

Desta vez, cercam o cenário de John Wick importantes atores que tornam a experiência do filme ainda mais marcantes e elegantes. A primeira delas é Anjelica Huston (Convenção das Bruxas), que interpreta A Diretora. Stahelski aproveita toda a classe de uma instrutora de ballet para inserir a sua mistura de artes clássicas com violência. Temos também a volta de Ian McShane (Deuses Americanos), que empresta sua voz e imponência para cravar a frase clichê do filme; Laurence Fishburne (Matrix, Homem-Formiga e a Vespa) também pontual e relevante, Halle Barry, pronta para a ação, Jeromy Flinn (o Bronn de Game of Thrones), Lance Reddick como Charon, e um Mark Dacascos (lembram dele?) como última ameaça, mas ao mesmo tempo, um fã de John Wick.

Chad Stahelski usa a violência como uma arte para ser apreciada

Para não dizer que tudo é perfeição em John Wick, temos um plot que basicamente transforma John Wick em uma franquia infinita. Para buscar sua redenção, ele precisa aceitar seu antigo emprego de volta, retornar ao Hotel Continental e matar o “amigo” Winston (Ian McShane). Ou seja, o cara não vai ter paz nunca. A volta ao Hotel é, como você pode esperar, o ponto alto do filme. E novamente, a chance de ver ótimas coreografias com aquele toque artístico, com cenários lindos, ao som do trecho “Inverno” da ópera “As Quatro Estações” de Vivaldi. Pura classe.

Por tudo que oportuniza e diverte, John Wick 3: Parabellum leva nossa nota máxima. E o melhor, temos a certeza de que ele voltará ainda mais P¨$%#$ da vida.

A Vigília (mais do que) Recomenda!

Veredito da Vigilia

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