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Jogador número 1: respire fundo | Crítica

Trazendo diversas influências da cultura pop das últimas décadas, a superprodução Jogador Número 1 chega aos cinemas essa semana e marca a volta do diretor Steven Spielberg aos filmes de aventura. Com um design futurista e digital, a adaptação tem uma receita de sucesso: um bom best-seller como sua base, a cultura gamer e todo o atrativo de cenários  que ainda não existem mas deixam aquela dúvida no público estilo “e se?”.

Acompanhamos o jovem Wade Watts, interpretado por Tye Sheridan, em um mundo distópico no ano de 2044. A ideia de viver no mundo offline foi alterada quando o OASIS foi criado, um tipo de plataforma multimídia em que jogadores de todos os lugares podem logar e se transformarem ou fazerem o que quiserem.

 

E vocês se achando incríveis por jogarem VR andando de montanha russa

As etapas pelas quais o filme passa lembram muito a de um jogo de vídeo game, o que creio ter sido proposital. Somos apresentados à muita informação logo nos primeiros minutos de filme, como se fosse um tutorial rápido antes da aventura começar. Isso faz com que o público não tenha tempo para respirar desde o primeiro momento, sendo coberto de missões, personagens novos, mundos e interações novas o tempo todo. Levando em conta que a produção não é pequena, são 138 minutos de coisas acontecendo o tempo todo.

Uma das razões para a quantidade de informações é que Wade está em uma competição composta por três provas muito difíceis para ser o novo dono do OASIS e assinar um contrato milionário com a empresa responsável. No meio desses acontecimentos, somos apresentados, brevemente, aos personagens. É importante frisar a qualidade de detalhes usada tanto para a criação visual dos personagens quanto dos cenários apresentados. Tudo o que acontece no servidor do OASIS é muito distinto das cenas que mostram o mundo real e ambas são muito bem feitas.

É futuro distópico o que vocês querem? TEMOS

No meio de tantos atrativos visuais, é triste que o aspecto de “tag along” desse tipo de filme tenha se perdido em Jogador Número 1. Mesmo que a adaptação não tente cobrir tudo o que é apresentado no livro, ainda é necessário explicar muitas situações para o público geral, o que acaba tornando o filme muito corrido. Não há tempo para tentar desvendar os desafios com os protagonistas, eles simplesmente acontecem e o público faz, literalmente, o que é esperado: apenas assiste.

Para quem ama Easter Eggs, Jogador Número 1 é o filme do ano. Chega a ser difícil acompanhar todas as referências usadas mas é divertido tentar encontrar o maior número delas. Jogos, desenhos e filmes, muitos deles são citados, mostrados e usados como parte da história.

Toda cena é uma chuva de Easter Eggs

Além da parte divertida do filme de aventura, Jogador Número 1 traz uma crítica social interessante, abordando temas como o desenvolvimento descompassado de cidades, a alienação da realidade e a individualização que aconteceu com as gerações através do tempo. Tudo isso regado a corridas, egg hunts e um pouquinho de romance. No final, Jogador Número 1, que estreia na quinta-feira, dia 29, é um bom filme!

Veredito da Vigilia

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