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Inseparáveis | Crítica

Inseparáveis, filme que estreia no Brasil dia 1º de junho, é um remake argentino do filme Intocáveis (2011). O longa original, estrelado por Omar Sy e François Cluzet, e dirigido e escrito por Olivier Nakache e Eric Toledano foi também o filme mais rentável e visto na história do cinema francês. Assim como o filme de 2011, Inseparáveis bebe na fonte do livro O Segundo Suspiro, drama biográfico no qual Philippe Pozzo di Borgo conta sua história após um acidente que o deixa tetraplégico, e como conhecer Yamin Abdel Sellou mudou suas duas vidas.

O livro, sua história e biografia por si só valem todo e qualquer relato e adaptação. Inseparáveis de 2011 é um filme quase que obrigatório nos dias de hoje. E não por acaso alcançou o sucesso no mundo inteiro. É uma lição de que a vida pode ser aproveitada mesmo com todos os tipos de limitação. Ou melhor, não há limites quando a gente aprende a aproveitar todas as pequenas coisas da vida e aprende a valorizá-las. O remake, como não podia deixar de ser, reconta a mesma história, mas dessa vez, toda ambientada na Argentina, adaptando locais, piadas e costumes. A nova versão é dirigida por Marcos Carnevale, autor de outros remakes do nosso país vizinho e traz uma leitura quase igual a de seu antecessor francês. Os papéis de Felipe (Philippe) e Tito (Yamin) ficam por conta de Oscar Martínez (Relatos Selvagens) e Rodrigo de la Serna (Diários de Motocicleta), respectivamente patrão e empregado.

Tito e Felipe, a gente já viu esse filme.

Na verdade, a visão e a crítica do filme ficam um tanto quanto prejudicadas por dois aspectos. Intocáveis é um filme muito recente e uma produção muito superior. Por sua vez, Inseparáveis e sua condução não arrisca grandes mudanças, nem mesmo aprofundam o fato de transporem a história para outro país. Enquadramentos, falas e cenas são praticamente iguais à sua obra-prima. Para prejudicar um pouco mais, a versão argentina condensa um dos principais dramas, que é a da família de Tito, amortecendo o impacto da história, que fica muito mais marcante na versão original. Na verdade, é um pouco espantoso um remake tão próximo. Impossível deixar de comparar. Podemos ainda botar um último agravante: faltou Ricardo Darín (#Ironia).

Mas como citei, a história vale por si própria. A lição do filme vale muito, e nunca é demais lembrar. Ainda mais em dias tão turbulentos como o que vivemos. Aqueles que porventura não assistiram a versão original, poderão sim se deliciar com a história do homem que tem tudo, e ao mesmo tempo não tem nada. E mesmo os que já assistiram, poderão reforçar alguns ensinamentos. Tudo isso, sempre deixando bem claro que é baseado em uma história real, e de pessoas que podem testemunhar tudo isso. Somamos a tudo isso a grande competência dos argentinos em fazer filmes (aliás, já viu nossa lista de filmes argentinos?). Inseparáveis é mais do mesmo. Mas às vezes o que precisamos é realmente o mesmo.

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