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Homem-Formiga e a Vespa | Crítica

Aguardado com ansiedade pelos fãs da Marvel e de seu Universo do Cinema, Homem-Formiga e a Vespa veio como um respiro para os eventos vistos em Vingadores: Guerra Infinita. E depois de um elogiado filme de estreia, a expectativa elevada poderá decepcionar os que forem às salas de cinema. Não porque Homem-Formiga e a Vespa realmente decepciona, muito antes pelo contrário, mas sim por contar uma história contida, em um dos vários micro-universos dentro de tudo que a Casa das Ideias já mostrou ao público, e por vezes de forma surpreendente. Para alguns pode ser um revés, mas na verdade, era o que o universo expandido pedia para este momento, pós-trauma. E bem, é verdade, a Marvel novamente entrega um bom filme que vai agradar a maioria.

Na verdade, os comparativos são inevitáveis. Sou fã de Homem-Formiga (2015) que teve muito de sua essência e sua materialização graças ao diretor Edgar Wright (Em Ritmo de Fuga). Esse filme figura até hoje no meu top 5 de melhores filmes do Universo Marvel (que varia de acordo com o humor). O produto caiu no colo do competente Peyton Reed (Homem-Formiga, 2015), que se repete na direção, mas sem o molho do clássico humor britânico de Wright.

Prepare-se para cenas incríveis de ação!

Mas vamos ao filme, que de rodeios já basta a vida.

Em Homem-Formiga e a Vespa, temos a clássica fórmula do primeiro filme, com ganhos excelentes nas cenas de ação. Eu poderia ficar horas vendo como coreografaram as lutas de Scott Lang (Paul Rudd) e Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) com seus trajes que encolhem e aumentam. Mas com adicionais para Hope, que tem asas e solta algumas “ferroadas”. Que grandes ideias tiveram os roteiristas e produtores. Tudo com muito capricho e sem parecer que estamos vendo efeitos especiais. Nesse quesito, temos uma grande evolução. Quando você veria um herói atacar alguém com um saleiro ou uma vareta de balinhas da Hello Kitty?

Já no quesito roteiro, temos menos do que o antecessor. A trama é mais rasa, principalmente por apontar pseudo-vilões que não funcionam tão bem como explicações e motivações. Temos logo de cara a aparição da Fantasma (Hannah John-Kamen), que ganhou uma adaptação interessante em relação ao original dos quadrinhos. Com ela, uma sub-trama que também envolve um antigo parceiro de S.H.I.E.L.D. de Hank Pym (Michael Douglas), o professor Bill Foster (Laurence Fishburne). Eles estarão, junto com um bando de bandidos aleatórios de filmes B, liderados por Sonny Burch (Walton Goggins, de Tomb Raider: A Origem, em sua canastrice costumeira), ameaçando o objetivo de como trazer Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer) de volta do tão celebrado (pelos fãs) Reino Quântico. Uma conexão (também aleatória) de Janet com Scott, que esteve no mundo subatômico, é o que guia essa nova possibilidade, 30 anos após a primeira Vespa ter sumido das vidas da família Pym/Van Dyne. Não foi uma saída tão formidável dos roteiristas.

homem-formiga e a vespa
Homem-Formiga e a Vespa: parceria para o drama, o humor e a ação.

Como segundo filme, vários acertos se repetem, como as piadas “narradas” por Luis (Michael Peña) que volta com sua veia cômica e desastrada, mas eficaz. Junto dele, os colegas Dave e Kurt (T.I. e David Dastmalchian), cumprindo bem o papel de coadjuvantes engraçados. Além das piadas, o tom familiar entre Scott e a filha Cassie (Abby Ryder Fortson) também volta e temos as consequências do que ocorreu em Capitão América: Guerra Civil. Graças a atuação do Homem-Formiga por lá, agora o pai de família não pode sair de sua residência. Outra dúvidas dos fãs do Universo Marvel é sanada quanto a cronologia. Não se vê tanta interferência de Vingadores: Guerra Infinita ao longo de toda a trama. A relação vai ser feita somente na cena pós-créditos. Aliás, como já se sabe, você precisa ficar até a última letrinha, pois são duas cenas neste filme, com uma pequena jogada na frase antes que a sala volte a ser iluminada (lembra do “Thanos Voltará?”, Ah, pois é!). Mais um truque instigante da Marvel e seus 10 anos de cinema.

Reino Quântico: aquele momento de agonia no cinema.

Por tudo que constrói, Homem-Formiga e a Vespa abraça a diversão e cria cenas incríveis, mas ao mesmo tempo é um dos longas mais “bobinhos” da Marvel Studios, e sem o grande impacto visto em seu antecessor. Para os mais iniciados, é também o início de uma nova empreitada subatômica, com um final que pode deixar você bem angustiado. Com mais dúvidas do que respostas.

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Veredito da Vigilia

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