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Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania sofre com a necessidade de grandiosidade

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, dirigido por Peyton Reed, estreia na quinta-feira, dia 16 de fevereiro, e nos leva à tão aguardada Fase 5 do MCU (Marvel Cinematic Universe ou Universo Cinematográfico da Marvel). O filme tenta – e até tem essa missão – resgatar a grandiosidade que já vimos num passado recente nos filmes da Casa das Ideias, em meio às críticas aos seus próprios excessos – o fraco Thor Love & Thunder, por exemplo – e a tão falada “fadiga dos metais” que o subgênero de filmes de super-heróis apresenta hoje em dia. Tenta.

Quantumania é um filme que pode ser categorizado como “de mediano a sofrível”, cujos bons momentos são ofuscados por uma série de explicações que não nos convencem – as soluções do roteiro deixaram a desejar – e o desperdício dos atores, sobretudo Jonathan Majors (da excelente Lovecraft Country) que faz o papel do vilão Kang, o Conquistador. Sua aparição na série Loki nos deixou intrigados para compreender melhor suas motivações e o tamanho de seu poder, fato que acaba passando quase batido no filme, ainda mais com as aparições cômicas do seu “capanga”, M.O.D.O.K (Corey Stoll, que interpretou o Jaqueta Amarela no primeiro filme).

O terceiro filme do Homem-Formiga também padece com o excesso de tempo. Poderia ser mais curto, já que não tem o suficiente para ser um épico como o primeiro Vingadores, mas de certa forma tenta emular algumas dinâmicas, dessa vez, no Reino Quântico. O trabalho de CGI, diga-se de passagem, do qual é feito a maior parte do filme, está muito bom e as paisagens desses ambientes estão de tirar o fôlego, nos remetendo a passagens do grande Jack Kirby.

Até o casal Homem-Formiga (Paul Rudd) e Vespa (Evangeline Lilly) tem momentos de altos e baixos
Até o casal Homem-Formiga (Paul Rudd) e Vespa (Evangeline Lilly) tem momentos de altos e baixos

Destaque também para os personagens à la Star Trek – a todo momento achei que veria alguns camisas vermelhas por lá – presentes no Reino Quântico, como Jentorra (Kathy M O’Brian), Quaz (William Jackson Harper) e outros seres. A dupla Hank Pym (Michael Douglas) e a Vespa original, Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer) ganham um pouco mais de tempo de tela, mas há uma boa dose de enrolação no que diz respeito à Janet. Levar tanto tempo para revelar questões importantes do Reino Quântico ajudariam a dar mais ritmo ao filme e auxiliariam no desenrolar das situações. A hesitação de Janet, em vez de criar tensão para o embate com o vilão, vai se tornando cansativa. Já a dinâmica do casal de protagonistas Homem-Formiga (Paul Rudd) e Vespa (Evangeline Lilly) tem momentos de altos e baixos.

Apesar da trilha musical de Christophe Beck – que também compôs as trilhas de WandaVision – ser muito interessante, é de estranhar que a versão da canção Rocket Man, de Elton John, que aparece no trailer oficial não esteja em nenhum momento do filme. Por fim, vale lembrar que as duas cenas pós-créditos são legais, ambas agradam os fãs dos quadrinhos. Preste atenção na segunda! Ela nos aponta para uma metáfora com a história do cinema para além da conexão com os outros produtos audiovisuais do MCU.

Ah, e antes de terminar, preciso, é claro falar dele, Bill Murray. Nem mesmo sua presença parece tirar a sensação de que Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania é xoxo e capenga, como diz o meme.

Veredito da Vigilia

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