CríticaFilmes

Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro, terror com o carimbo de del Toro | Crítica

Com o aval de ninguém mais ninguém menos do que Guillermo del Toro (A Forma da Água, Hellboy, etc…), Histórias Assustadoras para Contar no Escuro (2019, André Ovredal) chegou devagarinho, quase imperceptível nas salas de cinema, para trazer uma nova premissa às histórias de terror.

Sabe aquelas histórias que nossos avós contavam e que somente a nossa família sabe, ou casos (causos) estranhos contados de pai pra filho? Eu mesmo me lembrei de algumas histórias contadas pelos meus tios para dar medo e arregalar os meus olhos e dos meus primos assistindo ao filme. É mais ou menos isso que a adaptação dos livros de Alvin Schwartz traz para as telonas. Mesmo com pouco orçamento e elenco desconhecido, a produção se conclui de forma muito competente.

Adolescentes nerds, na hora errada, no lugar errado

O filme se passa nos anos 60. Em uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos (sempre) há rumores de uma casa abandonada, onde a família residente aprisionou uma menina por ela ser um pouco diferente (sem muito spoiler) das demais pessoas. Após algumas travessuras na noite de Halloween (sempre), alguns pré-adolescentes – nerds e deslocados socialmente – vão parar nessa casa. E lá descobrem o que realmente aconteceu com a menina. Apesar da justificativa totalmente aceitável, a trama nos leva para o fantástico, onde a menina após anos aprisionada escreveu um livro de histórias “assustadoras, mas nem tanto”, e essas acabam se tornando realidade, pois o livro foi escrito com sangue de crianças. Sem muitas explicações, é esse o enredo, e os adolescentes, após roubarem o livro, deverão fugir da sua maldição. E nela, cada pessoa que entrou na casa tem uma história vinculada a sua vida e família, tal qual como citei na introdução.

Del Toro, Zoe Margaret Colletti e o diretor André Ovredal

Algumas histórias lembram mesmo esses contos familiares, outras são apenas para encher a tela de sangue e sustos (que não são muitos). Histórias Assustadoras para Contar no Escuro pode sim ser assistido no escuro. Apesar da direção simples, e até mesmo um pouco óbvia, o carisma dos adolescentes e dos atores salvam o longa, assim como a chance de mais histórias serem contadas no futuro, pois o final deixa a possibilidade de uma continuação (se a bilheteria ajudar).

Veredito da Vigilia


Éderson Nunes

@elnunes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *