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His Dark Materials é o novo Game of Thrones? | Opinião

His Dark Materials estreou na última segunda-feira, dia 4 de novembro, na HBO. E a série baseada na série de livros de Philip Pullman chegou com o pé na porta.

Antes de começar, já ressalto que como fã dos livros, eu tinha dois medos nessa adaptação. O primeiro deles não aconteceu, e era em relação a como os daemons, que no universo da série são literalmente a alma da pessoa, e que andam ao lado de cada ser humano com a forma de um animal. No antigo filme, elas eram muito “computadorizadas”, e não passavam a sensação de ser algo real, coisa que, logo de cara, vemos como um acerto nesta nova produção. Eles estão incríveis, especialmente Stelmaria, um dos mais amados – por quem leu os livros – por sua imponência.

Stelmaria em toda sua imponência

O segundo, era quanto ao rumo que a história poderia levar. Isso porque algumas pessoas, principalmente os mais cristãos, podem ter certa aversão à trama, pois ela coloca o Magisterium, uma representação clara da Igreja Católica como um dos principais elementos. Pelo que pareceu no primeiro episódio, essa essência não foi alterada, mas claro, não dá pra tirar uma conclusão assim tão cedo.

Mas vamos lá, o primeiro capítulo!

Dafne Kenn (Logan) consequiu passar magistralmente a essência de sua personagem, Lyra Belacqua. A jovem que cresceu dentro da universidade tem o espírito aventureiro, e não quer se prender às fronteiras físicas de onde foi criada. A cena introdutória serve para vermos que ela vai desempenhar um papel fundamental na série, afinal, não se conta a origem de uma personagem se ela não é importante, certo?

Quem leu os livros também não precisou de legendas para reconhecer o festivo e resistente povo Gípsio, assim que eles apareceram em cena. Não tivemos ainda, um aprofundamento nesse grupo de pessoas, mas já tivemos a introdução de Farder Coram (James Cosmo) e John Faa (Lucian Msamati), dois personagens de grande importância para o desenrolar da trama.

Com a chegada repentina de Lorde Asriel, interpretado por James McAvoy (X-Men: Fênix Negra), nos é apresentado o eixo principal no qual gira o primeiro livro, e que provavelmente deve movimentar essa temporada: as pesquisas de Asriel no Norte sobre o Pó. O Pó, dentro do universo da história, é visto pelo Magisterium como uma heresia, mas falaremos disso mais para frente, para não dar muitos spoilers pra quem não conhece a série.

Com o desaparecimento de Roger e Billy Costa, os Gípcios partem para Londres, em busca dos Papões, que se tornaram mais do que uma história infantil e estão raptando crianças (principalmente Gípcias) por razões ainda desconhecidas. Temos a introdução da encantadora e misteriosa Maris Coulter (Ruth Wilson), que encanta a jovem Lyra com suas histórias e sua postura de mulher forte perante uma sociedade claramente regida por homens, os Catedráticos.

Sra. Coulter com seu amigo não tão calmo assim

Com isso, apenas uma coisa faltava para um bom primeiro episódio: a apresentação daquilo que deu nome ao primeiro livro de 1997, a Bússola de Ouro, ou Aletiômetro, um estranho e raro instrumento, capaz de dizer a verdade. Extremamente complexo e difícil de se ler, é confiado a Lyra pouco antes de sua partida com a Sra. Coulter, com severos avisos de mantê-lo em segredo.

Bem que o Pan podia ficar nessa forma pra sempre né?

Todos os elementos base do começo da história foram apresentados, e todos me deixaram extremamente empolgado. Ainda ansioso pela chegada dos ursos de armadura e das feiticeiras. A trama de Philip, pelo menos nesse primeiro capítulo, está sendo tratada com extremo carinho, e podemos esquecer o antigo filme de 2007.

Nos resta agora, esperar os próximos episódios, e ver qual o rumo que a HBO dará para o Pó, sua relação com o Magisterium e desenrolar de Lyra.

Começamos bem!

Zeh Marquez

Apaixonado por e-Sports e estudante de Publicidade e Propaganda.

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