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Todas as razões pelas quais Hellboy é ruim | Crítica

Hellboy, que chega no próximo dia 16 aos cinemas brasileiros, já tinha virado motivo de conversas na mídia internacional quando foi lançado, inicialmente nos Estados Unidos. Agora, uma semana antes da chegada do reboot às telas nacionais, trago alguns motivos pelos quais Hellboy pode não ser a sua melhor experiência no cinema neste ano.

Algumas coisas que vamos concordar em não fazer nesse texto:

  1. Comparar o filme com a HQ: Não vou mentir e dizer que entendo completamente tudo de Hellboy, que acompanhei as histórias em quadrinhos e coisas assim, porque essa não é a realidade. O que sei sobre Hellboy é a mesma coisa que muita gente: assisti os filmes dirigido por Guillermo Del Toro (saudades) quando eles foram lançados e achei muito legal.
  2. Comparar o novo filme com os antigos: Não acho justo comparar ambas produções, primeiro pela quantidade de tempo entre uma e outra. Segundo porque tenho uma memória afetiva sobre os primeiros filmes, então sempre vou achar eles melhores.
Olha só, não parece que vai dar tudo certo? Pena que não dá.

O plot todo é bem o que se espera de Hellboy: o demônio que vem do inferno durante a Segunda Guerra Mundial, é salvo por um cientista e acaba virando um agente que trabalha com casos “especiais” ou “fantásticos” nessa repartição especial do serviço secreto. Até aí, tudo normal. O lance todo com esse filme de Hellboy é que o plot e o roteiro em si são bem concretinhos, para quem conhece a “jornada do herói”. Ele passa por todas as partes bem marcadinhas, sem uma mínima surpresa. Com certeza, não é esse o problema.

Podemos centralizar os problemas de Hellboy na produção. Sério, esses foram os piores efeitos especiais que vi em anos no cinema. Primeiro que eles eram mal-feitos, parecia que tudo tinha saído de uma daquelas séries dos anos 90 com pouco orçamento. Sério, muito triste. Aí, o que era bem trabalhado, com texturização e todas essas coisas que se espera dos efeitos, parecia que tinha saído de um filme da Dreamworks. Sabe o filme Trolls? A animação infantil? Essa mesma. Tem uma parte que Hellboy luta contra gigantes e eles até que são bem animados, mas, ao mesmo tempo, parece que estavam na hora do almoço de outro filme e, casualmente, foram gravar aquelas cenas para Hellboy. Não faz sentido. Tipo, nenhum sentido. Não é harmonioso com o resto da produção.

Eu ainda não entendi essa cena. Mas a imagem é bem boa.

Seguindo a linha de coisas que não fazem sentido: o protagonista. É necessário que o público sinta uma conexão com o protagonista para poder acompanhá-lo durante sua jornada, ainda mais se ele está – literalmente – lutando contra o fim do mundo. Hellboy parece um adolescente birrento e que bate portas quando fica magoado. Sem contar que as tentativas de piadas em forma de punchlines não conseguem ser engraçadas nenhuma vez. Chega a dar pena.

Talvez o mais triste disso tudo seja o desperdício de esforço e até elenco: David Harbour, que interpreta Hellboy, é incrível em seu papel como Jim Hopper em Stranger Things, mas deixa a desejar aqui. Milla Jovovich, a eterna Alice de Resident Evil fez o papel da vilã mais sem sal da história. Daniel Dae Kim, que é um galã com traços coreanos, faz a pior versão do chupa-cabra – que pode não ser o chupa-cabra, porque no filme chamam de “comedor de homens”, mas me nego a usar esse termo – do mundo (nunca pensei, na minha vida, que ia olhar para Daniel Dae Kim e pensar “Jesus, pra que”, mas sempre há uma primeira vez). É uma tristeza atrás da outra, sério.

Nunca pensei que eu quisesse ver MENOS o Daniel Dae Kim em cena.

Hellboy decepciona. Decepciona muito e ainda deixa ganchos para um próximo filme. E eu pergunto: vale a pena ter outro filme se a qualidade (ou falta dela) continuar igual?

Veredito da Vigilia

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