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Friends From College | Crítica

Seis amigos que se encontram alguns anos depois da faculdade e decidem retomar o grupo dos áureos tempos. A premissa tinha tudo pra dar certo, se não fosse pelo fato de que foram somados nesse enredo muita traição, inveja, infantilidade e bebida. As histórias de Lisa (Cobie Smulders), Ethan (Keegan-Michael Key), Sam (Annie Parisse), Nick (Nat Faxon), Max (Fred Savage, lembram do menino Kevin de Anos Incríveis?) e Marianne (Jae Suh Park) prometem, mas não cumprem. Prometido como uma série do mesmo estilo de Friends, a melhor série de todos os tempos e How I met your mother (que não faz lá muito sucesso aqui na Vigília), em Friends from College não conseguimos rir. Apenas ficamos enojados e com uma eterna sensação de vergonha alheia.

Já no primeiro episódio, na primeira cena, vemos Ethan e Sam transando. Logo descobrimos que eles são casados com outras pessoas e que esse sexo é fora do casamento. Para agravar o caso, Lisa, que faz parte do grupo de amigos, é esposa de Ethan. Ou seja, elas se encontram e convivem enquanto os dois, sem cerimônia e vergonha, se encontram periodicamente em um hotel. Essa não é a primeira e não será a última traição da série, mas prometemos um texto de opinião sobre o assunto.

Friends From College se passa num irreal mundo de ostentação, encabeçado por Sam, que é arquiteta e tem um padrão de vida irreal. Todos eles têm. Aliás, tirando Lisa, tivemos dificuldade de entender o que os outros personagens fazem para se manter. Nada na série é claro. Nem a profissão, nem a formação, até a universidade que eles estudaram só descobrimos depois da metade da série.

Aliás, chamar aquele grupo de um “grupo de amigos” é um equívoco. Eles são, hoje em dia, no máximo conhecidos. Existem poucas cenas dos seis juntos e quando elas acontecem, mostram várias tortas de climão. Sentimos em casa o desconforto que os personagens sentem, se forçando a estarem com pessoas que um dia tiveram coisas em comum, mas que, hoje em dia, são meros conhecidos de um (nem tão) saudoso passado.

Alguns núcleos funcionam separadamente. Nick e Lisa são divertidos juntos, até. Mas é impossível entender a história de Nick, já que ele é quase um coadjuvante. Max tem boas cenas. Lisa é o destaque, torcemos por ela, e principalmente para ela largar Ethan, um babaca de marca maior. Além de trair, ele não tem nem a sensibilidade de apoiar a esposa durante uma fertilização in vitro, mesmo com todos os hematomas e o sofrimento. Junto com Sam, eles se tornam a dupla mais desagradável de toda a trama. Sam é irritante, prepotente, desagradável. Não é fácil engolir a personagem. E Marianne, uma tentativa (frustrada) de Phoebe, não mostrou a que veio. Nem fazer piadas ela faz.

Uma das únicas coisas legais desse seriado são as referências atuais. Eles falam de Black Mirror e usam a nossa frase cotidiana “ISSO É MUITO BLACK MIRROR”, fazem piadas com Transformers e lembram de Harry Potter. Mas nada que salve a série.

No geral, Friends From College não funciona. O enredo é fraco e confuso e não cumpre o que foi proposto. Em nenhum momento a série é leve. E se ela for leve para você, repense suas atitudes, tem algo de muito errado aí. Não perca seu tempo assistindo essa produção da Netflix. Reveja Friends.

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