AnimaçãoCríticaSériesTelevisão

Final de Mestres do Universo: Salvando Eternia chega para agradar gregos e troianos

Depois de um início alucinado de Mestres do Universo: Salvando Eternia (e que gerou muitas críticas por aqui), Kevin Smith entregou sua obra completa e o seu vislumbre geral para a saga criada pela Mattel nos anos 80. He-Man, o personagem que marcou época, para a alegria de muitos, volta com força total (literalmente) e temos uma conclusão da guerra que dividiu Eternia em vários aspectos. Com uma ilustração que parece ter melhorado em relação aos cinco primeiros episódios, vemos que o desfecho traz uma trama mais equilibrada, distribuindo o protagonismo de uma forma muito homogênea para os principais personagens. Vale lembrar, no nosso vídeo da primeira parte, uma das maiores reclamações era de que era “He-Man sem He-Man”. Na verdade, desde o início, Mestres do Universo: Salvando Eternia tirou o personagem do título, e claro, isso não foi à toa. De qualquer forma, Kevin Smith e sua releitura que dá continuidade à trama clássica, parecem ter lido todos os tweets e comentários a respeito da receptividade de parte do público, preenchendo as lacunas e agradando a gregos e troianos. 

DICA: NÃO ASSISTAM O TRAILER ANTES DE ASSISTIR A SEGUNDA PARTE

E se Kevin Smith busca um equilíbrio na parte final da primeira temporada de Mestres do Universo: Salvando Eternia, isso acaba também com um pouco da magia que era mudar o padrão que já vimos à exaustão na série original. Tudo ficou no seu lugar, sem qualquer tipo de grande ousadia. Também vem de encontro a isso a péssima edição do trailer da parte 2 divulgada pela Netflix. O compilado (que segue acima, recomendamos não assistir antes de ver toda a série) basicamente conta tudo que vemos nesses novos episódios, estragando grande parte da graça. Será que fazia parte da correção de rumos e do lugar comum que a série acabou ficando? Afinal, algoritmos ditam o ritmo do mundo atualmente. Não dá para duvidar, e talvez tenham feito isso para chamar quem tinha ficado “#chateado” com a parte 1.

mestres do universo salvando eternia
Mestres do Universo: Salvando Eternia Parte 2 promete fazer as pazes com quem torceu o nariz nos primeiros episódios

Mesmo no senso comum, Mestres do Universo: Salvando Eternia cumpre seu papel e diverte bastante. Apesar de parecer turrão nos primeiros parágrafos, preciso dizer que gostei bastante dessa versão (as duas partes) e certamente me manterei fiel com os próximos passos que a série vai dar (a deixa no final do último episódio é marcante e uma sacada que estava caindo de maduro). Fora isso, ainda precisamos ver vários personagens que foram introduzidos nos anos 80 com um pouco mais de riqueza de detalhes. Abelhão, Stratos e Aríete podem (e devem) aparecer mais. 

mestres do universo parte 2 teela
A Feiticeira ganha seu espaço na guerra pela magia

Nas entrelinhas da trama, de forma bem marcada, podemos ver algumas pautas importantes, como a busca por nosso espaço e o repensar de alguns relacionamentos, neste caso, melhor dizendo, fica bem clara a questão de que mesmo no grupo inimigo, os vilões podem rever seus conceitos, e não aceitar a maldade pela maldade. Maligna e Esqueleto replicam um relacionamento abusivo que serve como uma boa bengala para uma das reviravoltas finais. Esses tons mais educativos nos mostram que mesmo uma animação de um homem forte de tanga e espada pode sim trazer algum ensinamento, tal qual fazia aos finais dos episódios dos anos 80.

Sem tanta ousadia, a segunda parte de Mestres do Universo: Salvando Eternia cumpre a sua missão de revitalizar a série e mostrar que ela ainda pode render alguma fortuna para a Mattel e seus produtores. E além da parte capitalista da coisa, garante uma boa jornada para nostálgicos e faz as pazes com aqueles que não gostaram dos primeiros cinco episódios. 

A Vigília Recomenda!

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *