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Eu não sou um homem fácil | Crítica

Um homem machista, que passa a sua vida inteira fazendo piadas escrotas e diminuindo as mulheres bate a cabeça em um poste e vai viver em um mundo onde são as mulheres que mandam. Essa é a premissa de “Eu não sou um homem fácil” e, definitivamente, você deveria ver esse filme.

Com todas as nuances em que tem direito um filme francês, a obra original Netflix é protagonizado por Damien (Vincent Elbaz), que, por si só, é um show a parte. Damien é o estereótipo do homem macho-alfa, que se acha absurdamente melhor que qualquer mulher, além de ter certeza de que ele é o maior conquistador da cidade. Esteja com o psicológico preparado, dá muita, mas MUITA vontade de sair no soco com ele.

Mas tudo que Damien não esperava era sofrer um golpe do destino e ver o mundo “invertido”, ou seja, as mulheres tomaram o lugar do poder e os homens começaram a fazer trabalhos como cuidar dos filhos, preparar o almoço, limpar a casa, servir em cafés e restaurantes. Agora, eram as mulheres que comandavam as empresas, faziam reuniões, trocavam pneus e tomavam cerveja, os homens ficaram com as mimosas (espumante + suco de laranja).

E são nas pequenas construções do dia a dia que “Eu não sou um homem fácil” nos envolve. Damien precisa depilar peito, perna, virilha e qualquer lugar onde possa ter pelo (e sofre muito com isso), além de encontrar no seu armário roupas absurdamente curtas e desconfortáveis, para conseguir seguir o padrão do escritório. E ele é assediado. Muitas e muitas vezes. Na rua, no condomínio no escritório. Damien sofreu com ações que ele repetia o tempo todo, achando que as mulheres gostavam de sua abordagem.

“Eu não sou um homem fácil” é uma comédia muito didática, que ensina os homens a se colocarem no lugar das mulheres e verem o que elas passam. Pequenas atitudes do dia a dia são opressoras, desconcertantes e fazem com que as mulheres fiquem mais e mais inseguras e sobrecarregadas. Mulheres trabalham, cuidam dos filhos, da casa e ainda precisam provar, à todo tempo, o seu valor. Não seria a hora de repensarmos essas questões? Esse filme serve justamente para isso: analisarmos as nossas ações e vermos como ela impacta na vida dos outros. É sobre o que falamos o tempo todo: nos colocarmos no lugar de outra pessoa. A Vigília recomenda!

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