Esquadrão Trovão, a comédia de super-heroínas como você nunca viu

Em um mundo cheio de ameaças, uma criança órfã promete vingar seus pais que morreram tentando combater o crime. Essa pode ser a premissa de muitos filmes de super-heróis, mas Esquadrão Trovão, que estreia na sexta-feira, dia 9 de abril, na Netflix, dá algumas pitadas muito únicas a este enredo tão batido.

Desta vez, a menina órfã que nos referimos é Emily (Octavia Spencer) uma super empresária, que, após perder seus pais para os “Meliantes”, dedicou sua vida à estudar. Com isso, se torna uma cientista aclamada e consegue realizar seu maior sonho: continuar a pesquisa que foi interrompida com a morte de sua mãe e seu pai.

Sua aliada é Lydia (Melissa McCarthy). Bom, como você já pode imaginar, se tem Melissa McCarthy, o filme pode ser uma comédia desastrosa (mas, dessa vez, não desanime!). Não é o que vemos em Esquadrão Trovão. As amigas de infância perderam o contato e Lydia resolve procurar Emily. Porém, ao contrário de Emily, a vida de Lydia não é tão glamourosa.

Desastrada como sempre, Lydia estraga a pesquisa da amiga e, a partir daí, a equipe começa a se formar. E prepare-se para ver as experiências, a discussão dos codinomes e nome da equipe, a descoberta do uniforme e até mesmo a escolha do carro oficial. Tudo que já vimos em um filme de super-herói, mas em uma roupagem com outros potenciais. Afinal, não é todo dia que mulheres fora do padrão de corpos e idade ganham destaque e protagonismo em um filme de super-heroínas.

Um grande mérito de Esquadrão Trovão é não se levar a sério. Um filme que se propõe a única tarefa de nos fazer rir. E faz isso com tranquilidade. Porém, no meio do enredo, temos um Girl Power inquestionável. No discurso, no roteiro e nos diálogos, dificilmente é feita alguma menção à toda representatividade do filme, mas ela está ali, inserida em todo contexto, sem soar piegas.

Esquadrão Trovão é um filme de super-heroínas que combatem o crime sem precisar de homem algum. Elas ocupam cargos de poder, tomam as próprias decisões e apoiam umas às outras. A grande protagonista do filme é uma mulher negra, gorda, de mais de quarenta anos e mãe. Que não deixou nada em sua vida de lado para obter sucesso profissional. E que, apesar de toda dedicação e obstinação, consegue ter um olhar doce e ainda senso de humor. Os vilões são homens bobos, que fazem uma patetice atrás da outra. Além disso, conta com um líder que, ao invés de apoiar o time, está mais preocupado com a sua vaidade e com seus caprichos de homem branco privilegiado que não aceita perder para mulher alguma. Neste filme, as mulheres estão em todos os lugares, são líderes, ocupam cargos altos, são candidatas políticas, são protagonistas e não apenas um acessório do personagem masculino.

Dirigido por e roteirizado por Ben Falcone, que também faz uma participação no filme, o filme tem um elenco conhecido. Jason Bateman (A Noite do Jogo), Pom Klementieff (Guardiões da Galáxia) e Bobby Cannavale (O Irlandês, Homem-Formiga e Vespa) são alguns dos antagonistas do filme, que fazem parte dos Meliantes.

Com uma trilha sonora ótima, o filme se torna bom de assistir e de ouvir. Os efeitos especiais não são dignos de premiação, mas cumprem sua função, assim como o restante da produção. Esquadrão Trovão é um filme gostoso, que garante boas risadas e também momentos de ação, para agradar todos os públicos. 

A Vigília recomenda!

Mas, fique atento: existem cenas nojentas com Melissa McCarthy (como é de se esperar) que envolvem comida.