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Era uma vez um Deadpool, o Deadpool de Natal

Achou que não teria filme de super-herói com a temática do Natal? Ah, pois é. Achou errado. Estreia no dia 25 de dezembro, em todo o Brasil, uma edição inédita do último filme do Deadpool. E se você cruzar pelo anti-herói mais tagarela da Marvel em um pôster na parede de um cinema por aí, não vá se espantar. Isso tudo porque Ryan Reynolds resolveu vestir o uniforme, que de Papai Noel só tem o vermelho, com todas as suas forças. Em “Era Uma Vez um Deadpool”, ele resgata tudo que vimos em Deadpool 2, mas com uma diferença bem forte: ele será o narrador da história, no melhor estilo A Princesa Prometida (1987). E se tratando dele, isso obviamente tem um explicação. E para o seu filme mais “família” de todos (essa é uma versão sem sangue e sem palavras de baixo calão) ele “convidou” o protagonista do clássico oitentista: Fred Savage. O convidou está entre aspas, afinal, em se tratando de Deadpool, nada é realmente o que parece.

 

E é sequestrando o “menino Kevin Arnold”, consagrado mundialmente pela série Anos Incríveis, que Deadpool inicia essa nova história. A nova versão intercala sua narração direta com tudo que aconteceu em Deadpool 2. O grande trunfo é que ele basicamente vai contando e comentando tudo que aconteceu em maio de 2018 (mês que o longa estreou no Brasil) com Fred Savage. O que obviamente rende várias e várias (e novas) piadas. As melhores delas fazendo referências à própria Marvel (que associada com a Fox, “é golpe”, para usar uma expressão de sucesso), aos atores e como tudo se desenvolveu.

O novo “amigo” do Deadpool está no filme por ‘livre e espontânea pressão’.

O filme inteiro de Deadpool 2 está lá. A nova versão é, no entanto, um bom refresco para o próprio herói, que se repetiu bastante em sua segunda jornada. Afinal, todo sucesso do cinema merece uma continuação duvidosa (sic). Além da Marvel, não faltam piadas com o mundo dos quadrinhos, o mundo do cinema, a venda da Fox para a Disney, e muitos outros. A metralhadora giratória atinge até os mais desavisados. Mas tudo isso com um bom motivo: pelo menos nos Estados Unidos, parte da renda será revertida para instituições de caridade.

Caso você tenha gostado de Deadpool 2 (e, é bem provável que sim), Era Uma Vez Um Deadpool funciona muito bem, dando novos ares, e até mesmo possibilidades de futuro para o mercenário tagarela. Vale lembrar que um personagem como ele talvez não fosse algo para o qual a Disney – a nova mandatária da Marvel – fosse olhar com tanta atenção. Dá até pra dizer que Ryan Reynolds provou que, ao contrário do que todos imaginavam, ele pode sim existir nesse mundo mais fantasioso (estou fazendo sinais e gestos de orelhinhas de Mickey enquanto você lê isso) a qual a companhia de Walt Disney criou. Seria esse um esforço extra do ator para se manter no cargo? Quem duvida é louco. Ou será que ele percebeu que realmente nasceu para ser o Deadpool? Enfim, teorias são interessantes de se levantar.

Shioli Kutsuna e Brianna Hildebrand aparecem mais vezes nessa nova versão. Foto de Joe Lederer/Fox.

Independente de tudo isso, é louvável o amor que Ryan Reynolds demonstra ao personagem. Desde seu curta inicial, que “viralizou” e fez com que a Fox bancasse o primeiro filme, lá em 2016, é ele quem vem puxando esse carro. E assim o fez novamente com Era Uma Vez um Deadpool, tirando seu tempo para mais cenas e um bocado de coisas que dão trabalho. E para completar tudo, uma jogada de mestre aos créditos finais, que podem realmente te levar às lágrimas, no melhor estilo dos filmes natalinos. Fique até o último crédito, assim sua experiência com o Deadpool no natal estará completa. E mais uma vez, palmas para Ryan Reynolds.

Na primeira crítica do filme dei quatro estrelas. Mas agora, pelo pós-créditos, vou aumentar essa nota para quatro e meio. Afinal, é Natal!

A Vigília Recomenda!

Veredito da Vigilia

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