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Entre erros e acertos, Obi-Wan Kenobi sai vencedor

Entre todas as séries em live-action anunciadas para o universo Star Wars, Obi-Wan Kenobi certamente foi a que mais mexeu com os fãs em todo o mundo. O projeto que todos queriam como um filme virou uma minissérie com 6 episódios que certamente vai dividir os adoradores da saga criada por George Lucas há mais de 40 anos, mas desde seu anúncio foi muito promissora. Afinal, resgatar o querido personagem interpretado por Sir Alec Guinness e Ewan McGregor foi basicamente resgatar um dos mais importantes mestres Jedi de todos os tempos, ao lado do Mestre Yoda. Mas, há também quem chegou agora nessa história toda, e isso entra no contexto. Feito todo esse nariz de cera, a minissérie do DisneyPlus e comandada por Débora Chow (The Mandalorian) teve altos e baixos, erros e acertos. E a meu ver, no final das contas, o saldo foi positivo.

Entre seu início promissor, com um resgate necessário para situar neófitos (e iniciados) antes do primeiro episódio, vimos uma boa ideia de história desde o seu início. E a melhor delas foi focar em Leia (fofíssima com Vivien Lyra Blair), deixando o tão badalado Luke Skywalker quieto nas areias tórridas de Tatooine. Até porque, Luke já foi muito explorado em boas temporadas de Mandaloriano e O Livro de Boba Fett. Dar mais profundidade para Leia e mostrar um lado pouco explorado no audiovisual é quase que uma reparação histórica para a personagem. Ponto para a série.

Nem toda boa ideia é bem executada

Obi-Wan Kenobi e a cena da discórdia
Leia Organa (Vivien Lyra Blair) e Obi-Wan Kenobi em uma das cenas da discórdia! © 2022 Lucasfilm Ltd. & ™. All Rights Reserved.

Mas, nem sempre uma boa ideia é totalmente bem executada. E aqui talvez esteja o maior dos problemas da série. Apesar de seus momentos emocionantes e marcantes, principalmente os que tocam a nostalgia e o passado de Ben Kenobi (Ewan McGregor e Darth Vader/Anakin Skywalker (Hayden Christensen – e a voz sempre emblemática de James Earl Jones), tivemos vários problemas de montagem e direção da aventura. Porque no final das contas, Obi-Wan Kenobi foi o que Star Wars sempre foi, uma boa aventura. E é impossível não mensurar que esses erros trouxeram a boa ideia da história para um nível baixo, quase que razoável, mas em alguns momentos beirando a ruindade. Quando determinados embates (sejam físicos ou emocionais) precisavam de peso, Debora Chow ficou devendo. Jon Favreau e Dave Filoni provaram há pouco tempo atrás que é possível fazer boas cenas de lutas e até momentos de guerrilha de forma competente.

Reva (Moses Ingram) foi um dos destaques
Reva (Moses Ingram) começou com tudo, mas seu personagem foi perdendo o gás! © 2022 Lucasfilm Ltd. & ™. All Rights Reserved.

Quando a série Obi-Wan Kenobi se deparou com esses momentos, falhou quase que miseravelmente. Nenhum confronto usando os famosos blasters, arma tão repudiada pelo próprio ‘Ben Kenobi’ foi digna de nota. Todas muito emboladas e pouco convincentes. Tão pouco convincentes quanto o fatídico quarto episódio, quando Kenobi e Leia precisam deixar “só” a base do maior vilão da história do cinema, e tornam isso uma tarefa tão tosca quanto uma brincadeira de esconde-esconde com crianças de 2 anos de idade. O quesito batalha com espaçonaves também ficou devendo, com fugas e situações bem convenientes ao roteiro. Aliás, a trama toda foi um eterno pega-pega.

E num comparativo fácil com Mandaloriano e O Livro de Boba Fett, Obi-Wan carregava a responsabilidade de entregar muito mais. Por motivos óbvios. No final das contas, superou apenas o clone que fez sua participação especial no segundo episódio (que foi visualmente interessante) no quesito qualidade técnica. Mas, é claro, ela trouxe ingredientes insuperáveis, que eu poderia resumir como Darth Vader e o próprio Ben Kenobi, novamente interpretado magistralmente por Ewan McGregor. Mas vale estender para Reva (com a ótima Moses Ingram) que começou com tudo, mas foi perdendo o fôlego, a participação óbvia de Qui-Gon Jinn (Liam Neeson) e a presença de Leia e seus droids (todos eles, inclusive Lola). 

Mas entregou no final

Darth Vader como gostamos de ver
Darth Vader (Hayden Christensen) do jeito que gostamos de ver. © 2022 Lucasfilm Ltd. & ™. All Rights Reserved.

Pra quem acompanha nossas lives sobre Obi-Wan Kenobi, sabe que levamos a máxima do “entregue no final” à risca. E por isso tudo, com um sexto (visualmente) incrível episódio, Obi-Wan Kenobi terminou como um alívio para os deslizes vistos anteriormente, nos lembrando que a aventura do velho Ben Kenobi ainda está (ou estava) longe de terminar. E isso indica (basta a Disney apertar um botão) que poderemos ver ainda mais episódios com Ewan McGregor levantando o sabre de luz azul com toda sua habilidade e elegância. Eu veria com toda a tranquilidade.

Veredito da Vigilia

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