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Dragon Ball Super Broly – O Filme | Crítica

Após a estreia dos novos longas de Dragon Ball – a partir de 2013 – e da estreia do novo anime, Dragon Ball Super, em 2015, os fãs da franquia puderam matar a saudade de Goku e dos Guerreiros Z com essas novas aventuras. Novas, porque nitidamente a produtora Toei Animation resolveu reformular um pouco a obra de Akira Toriyama, tornando-a menos violenta, com menos ódio entre os adversários e com um tom mais ameno para alguns personagens, como Vegeta que agora é um cara de família muito mais caricato do que nas versões anteriores.

Aliado ao mundo dos games de Dragon Ball, com o lançamento de Xenoverse, que até virou um spin-off, temos a atmosfera de Dragon Ball Super Broly. Toriyama já havia dito que esse filme seria uma repaginada na história de origem do Saiyajin mais forte que Goku já enfrentou nos antigos longas, e que também mostraria um pouco mais sobre a raça guerreira e sua quase extinção. Esse, resumidamente, é o primeiro arco do novo filme, mostrando aquilo que já havíamos visto (pelo menos os fãs que estão em dia) no especial sobre o pai de Goku, Bardock. Agora, vemos a insistência da Toei em usar o vilão Freeza para se justificar, mesclando a sua saga para se vingar dos Saiyajins que sobraram, aliando-se a Broly.


Ainda tentando entender tudo o que esses “óculos” fazem

Um dos diferenciais desse filme é a ideia de dar mais camadas a Broly, que continua sendo controlado por seu pai. Mas aqui o vemos um pouco mais humanizado, e depois do final do filme fica evidente que o veremos até mesmo ao lado de Goku em uma possível nova saga de Dragon Ball Super (lembrando que os longas anteriores serviram de prólogo para o anime).

Após esse capítulo dedicado aos Saiyajins, o filme cai um pouco, utilizando aquela velha premissa que não pode faltar nos filmes de Dragon Ball, que é a tão famosa caça às Esferas do Dragão (não é porque o nome do anime é esse que temos que ver essa odisseia em praticamente todos os filmes). Essa procura pelos artefatos que lhe concedem qualquer desejo está tão manjada, que até os pedidos são fora do contexto que veríamos no Dragon Ball dos anos 1990 (o da Bulma até condiz com a personalidade dela, mas o pedido do Freeza…).

Depois que Goku e Vegeta finalmente se encontram com Broly é amor ao primeiro soco. A pancadaria rola solta como todo filme de Dragon Ball, mas aqui incomoda o fato de quererem agradar o público dos games, fazendo com que as lutas fossem mais importantes do que qualquer coisa e que fossem apresentadas no modo “versus”, com um adversário lutando por vez contra o “vilão”, um movimento bem PVP para quem joga. Enquanto isso, o resto do mundo pouco importava. A necessidade de conexão com o jogo foi tão grande que inclusive há uma sequência de luta em primeira pessoa, quase como se estivessemos jogando diretamente na tela do cinema.


Um pouco bolada com essa imagem, mas seguimos firmes!

Era tão nítida essa vontade de emular o game, que utilizam por vezes os mesmos gráficos e rolaram até os anúncios dos golpes, os poderes e os duelistas. No final, vemos a tão aguardada fusão de Goku e Vegeta, que resultou no guerreiro Gogeta, que ao lado de Broly, era o personagem fora do cânone mais amado pelos fãs. Gogeta, assim como Bardock e Broly, ganha uma nova história de origem, mas com traços do que foi visto anteriormente.


Olá, Gogeta! Quanto tempo ♥

Só para não deixar passar, os takes em que a personagem Cheelai aparece também podem incomodar um pouco, sexualizando a soldado de Freeza, o que contradiz a proposta da Toei de renovar essa nova fase de Dragon Ball.

Dragon Ball Super Broly é um filme que agradará mais o público recente do que os fãs mais “old school”, mas mesmo assim alcança, de alguma maneira, todos os corações dos otakus espalhados pelo mundo. Uma pena que para um filme que teve uma enorme divulgação, o traço esteja bem ruim, principalmente nos planos mais abertos e com os personagens vistos de longe. Antigamente a Toei caprichava mais na animação e menos na história. Perderam uma ótima oportunidade de mesclar os dois desta vez.

*Crítica por Jorge Bovuzewsky e Tainá Hessler

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