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Dos Fridas: o fantástico folclore mexicano e a realidade | Crítica

Marcando a última exibição na categoria Longas Estrangeiros, “Dos Fridas”, da diretora Ishtar Yasin, trouxe um pouco da cultura e fantasia mexicana e, claro, Frida Kahlo para a 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado

Acompanhamos a história de Judith, ou Judy, vivida por María de Medeiros, que foi a enfermeira de Frida Kahlo antes da artista falecer. Judy é uma das únicas enfermeiras que conseguiu continuar trabalhando com Frida (Grettel Méndez) e criou um relacionamento especial com o ícone mexicano.

“Dos Fridas” é um longa único em diversas áreas. O filme é apresentado através de idas e voltas no tempo, mostrando a realidade de Judy enquanto ela cuidava de Frida e agora, uma senhora de idade, que precisa também ser atendida por uma enfermeira. Outro ponto é a simbologia mexicana muito presente durante todo o longa. É possível entender tudo – ou quase tudo – o que está acontecendo mas, com certeza, fica mais fácil para as pessoas que conhecem o folclore e tradições mexicanas.

O figurino de “Dos Fridas” é impecável e muito bem escolhido. As roupas trabalham em harmonia com as cenas e são feitas para passar uma mensagem. Não somente as roupas que Frida usa são bem feitas, mas de todo o elenco. Outra parte muito boa é a cenografia. O cuidado nos detalhes e as artes criadas para ambientar os espaços são muito bem feitas. Inclusive, Judy vive na Costa Rica durante sua fase idosa e a casa é montada com tantas referências mexicanas que até esquecemos que é outro país.

Curiosidade: o poster do filme é feito em xilogravura!

Falando sobre simbologia, “Dos Fridas” faz uso de imagens espetaculares que são muito mais profundas do que parecem. Talvez a mais clara seja o momento em que Judy vê a sombra de Frida crescendo e apagando sua própria sombra da parede. Em outros momentos, vemos que as pessoas se referem à Judy como “a enfermeira de Frida”, reforçando a ideia de que ela vive nas sombras. Todas as interações com a personagem da morte também são muito marcadas por simbolismos.

O que “Dos Fridas” tem de errado é o ritmo. Mesmo com as idas e vindas no tempo, o filme é parado. Falta algum tipo de ação ou cenas que prendam a atenção de uma maneira menos conceitual. Até as músicas, que são lindas, são calmas ou lentas. Então, tudo monta um ambiente fantástico, porém, um pouco estático.

Já conferiu todas as críticas dos filmes do 47º Festival de Cinema de Gramado? Clique aqui e fique por dentro de todas.

Veredito da Vigilia


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